Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Ministério das Comunicações vai se reunir na tarde de hoje (20) com a Companhia Energética de Brasília (CEB) para verificar como será o ressarcimento dos prejuízos que o prédio teve com o princípio de incêndio ocorrido ontem (19), como danos à fiação. O elevador privativo dos ministros, por exemplo, não está funcionado.
"Assim como qualquer pessoa física ou jurídica que tenha o seu patrimônio prejudicado em função de uma questão energética, se tiver um dano ao patrimônio da União, eu tenho que buscar o responsável pelo dano", disse o subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração do Ministério das Comunicações, Ulysses Melo à Agência Brasil. O Ministério das Comunicações é o administrador do prédio, onde também funciona o Ministério dos Transportes.
O Bloco R da Esplanada dos Ministérios está funcionando totalmente com geradores de energia da CEB, instalados do lado de fora do prédio. O acidente atingiu a subestação da CEB que fica no segundo subsolo do prédio. Hoje, equipes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal (Crea-DF) e da Defesa Civil estiveram no prédio e detectaram que não há danos estruturais nem riscos de ocupação do local.
As redes telefônicas e a internet dos dois ministérios ainda não estão funcionando, porque os equipamentos dependem de uma refrigeração adequada para serem religados, o que deve ser normalizado no final da tarde.
O princípio de incêndio começou com uma explosão na subestação da CEB que fornece energia para os dois ministérios. As chamas foram controladas rapidamente pelos brigadistas do prédio, mas a fumaça subiu pelas escadas do prédio, e saiu pelo quinto andar, onde havia uma janela aberta. A fumaça foi produzida pela queima de óleo diesel usado para gerar energia.
O prédio não tem sistema de alarme de incêndio, que está sendo comprado pelos ministérios. Mas, segundo o subsecretário, isso não fez diferença na hora do acidente de ontem, porque todos os andares foram evacuados de maneira efetiva pelos brigadistas. Ele ressalta também que o ministério vai estudar qual a melhor forma de usar o alarme de incêndio em situações futuras. “Os brigadistas evacuaram o prédio andar por andar. Se tivesse alarme, poderia haver pânico entre as pessoas, e o pânico muitas vezes mata mais que o acidente em si”, argumentou.
Segundo Melo, no final do ano passado, a CEB e o Corpo de Bombeiros verificaram as condições da subestação, depois do acidente no Ministério do Esporte, no qual um funcionário da CEB morreu. Ele avalia que a situação de ontem serve de alerta para que acidentes como esse não ocorram novamente. “Temos que cobrar da CEB uma posição que evite essas situações se repitam. [Acidentes nos prédios dos ministérios] Esporte, Comunicações, amanhã, quem vai ser?”, questiona.
A CEB não deu prazo para religar a subestação que queimou nessa terça-feira. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, os funcionários estão trabalhando para normalizar a subestação, mas os geradores instalados no prédio estão atendendo às necessidades dos dois ministérios. A CEB ainda está apurando as causas do acidente.
Edição: Carolina Pimentel
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