Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – A decisão do governo federal de incentivar a abertura de cursos de medicina em determinados municípios e estados para aumentar a presença de médicos nessas regiões, não vai garantir que os profissionais permaneçam nessas cidades depois de formados. A avaliação é da presidenta do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), Márcia Rosa do Araújo, que hoje (19) comentou o levantamento divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), sobre a distribuição de médicos pelo país.
“A política do governo que propõe fazer cursos de medicina nos locais onde têm carência de médicos é infrutífera. No estudo do CFM, dos médicos que saem de suas cidades para estudar em outros centros, somente 38% retornam. O restante fica nos grandes centros, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste”, disse.
Para a presidenta do Cremerj, não basta oferecer salários altos para atrair de forma permanente profissionais médicos para cidades do interior, onde é maior a carência no atendimento. É preciso, segundo ela, garantir hospitais com equipamentos modernos e estrutura geral que garanta qualidade no atendimento, para dar ao profissional condições de exercer seu trabalho na plenitude e com segurança.
“O médico vai para onde ele tem instalações para trabalhar, incluindo uma boa equipe de enfermeiros, técnicos e auxiliares. Onde ele tenha um suporte técnico para exercer a profissão”, disse Márcia. Outro grande incentivo para a permanência dos médicos em municípios menores seria, de acordo com ela, a criação de um plano de carreira que garantisse uma evolução permanente ao profissional, como ocorre em outras atividades, a exemplo da jurídica ou da militar.
Edição: Fábio Massalli
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