Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil lançou dois sites, em português, com informações sobre a situação no Mali, na África, e na Síria, no Oriente Médio, que vivem um longo período de tensão e conflitos. As crises nas duas regiões são temas constantes de discussão entre os líderes políticos estrangeiros, inclusive a presidenta Dilma Rousseff.
Nos sites, há informações atualizadas com dados sobre refugiados e as atividades das Nações Unidas. Também há fotografias e o resumo das notícias mais recentes sobre os conflitos. Nas páginas há ainda informações sobre como ajudar as populações atingidas pelas crises.
A Síria vive em clima de instabilidade desde março de 2011 em decorrência da disputa de poder entre governo e oposição. Mais de 60 mil pessoas morreram e pelo menos 4 milhões precisam de ajuda humanitária urgente.
A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que até janeiro mais de 600 mil refugiados sírios buscaram abrigo no Egito, no Iraque, na Jordânia, no Líbano e na Turquia – países próximos à Síria.
No Mali, na África Ocidental, a situação é instável desde o golpe de Estado em março de 2012. Os grupos armados tomaram três regiões no Norte do país levando à intervenção militar francesa e gerando tensões e deslocamento de civis.
Há três dias, a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Irina Bokova, e o presidente da França, François Hollande, estiveram no Mali para verificar pessoalmente a situação no país. Também se reuniram com o presidente interino do Mali, Dioncounda Traoré.
Segundo a Unesco, o objetivo da visita foi iniciar o processo de reconstrução e salvaguarda do patrimônio cultural do Norte do Mali, incluindo Timbuktu e as fabulosas coleções de manuscritos da cidade. Durante sua visita, Bokova foi ao sítio do Patrimônio Mundial de Timbuktu e ao centro de pesquisa Ahmed Baba, que mantém cerca de 40 mil manuscritos.
"Os tesouros de Timbuktu são uma imensa fonte de orgulho para o Mali", disse a diretora-geral. "Restaurar esse importante patrimônio cultural dará ao povo do Mali a força e a confiança necessárias para reconstruir a unidade nacional e olhar para o futuro."
Em Timbuktu, há cerca de 300 mil manuscritos em coleções particulares e públicas. Muitos deles datam dos séculos 13 a 16 e foram produzidos por grandes estudiosos da cidade e em mercados antigos do Norte da África, Al Andalus e dos países do leste da região árabe. Os manuscritos antigos contêm um testemunho único de uma civilização antiga sobre temas como estudos religiosos, matemática, medicina, astronomia, música, poesia, literatura e arquitetura.
Edição: Lílian Beraldo
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