Por meio da arte, jovens propõem novo olhar sobre favelas cariocas

03/02/2013 - 12h12

Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Jovens de cinco favelas cariocas fazem a partir de hoje (3) uma série de atividades culturais em diversos pontos da cidade do Rio. A ação, que vai até quinta-feira (7), é uma iniciativa da organização não governamental Observatório de Favelas e conta com o patrocínio da Secretaria Estadual de Cultura e da Petrobras. O objetivo do projeto Solos Culturais é desconstruir os estereótipos criados em torno das favelas cariocas.

Os cerca de 100 jovens, que o projeto chama de solistas, têm idade entre 15 e 29 anos e moram nas comunidades da Cidade de Deus, na zona oeste, Penha, do Complexo do Alemão e de Manguinhos, na zona norte, e da Rocinha, na zona sul da cidade.

No Largo da Carioca, um dos mais movimentados pontos do centro do Rio, os solistas do Complexo do Alemão promovem a exposição Curto-Circuito 2, Vai de Quê?. A proposta é mostrar, por meio de recursos audiovisuais, um paralelo entre conhecer o Alemão pelo teleférico e via mototáxi. “O teleférico é um sucesso, mas por ele a favela continua sendo conhecida apenas de cima. Por isso, convidamos as pessoas a fazerem o trajeto de mototáxi, um tipo de transporte criado na favela e que percorre as ruas, becos e vielas”, diz a solista Nathalia Menezes, moradora do complexo.

Na Central do Brasil, a intervenção cultural ficará a cargo dos jovens da Cidade de Deus, com o Pense Dentro da Caixa. São textos, vídeos e entrevistas que mostram o ponto de vista de quem vive na favela, em contraste com a visão transmitida pela mídia sobre a comunidade. “É uma oportunidade de conhecer a favela pela perspectiva dos moradores da Cidade de Deus”, conta o solista Richard Araujo Azevedo.

As atividades do projeto Solos Culturais abrangem ainda a exibição do curta-metragem O Produtor Cultural da Favela, na Escola Livre da Palavra, na Lapa, neste domingo, às 19h, e o fórum de discussão Manguinhos Vai à Roma, na terça-feira (5), às 18h30, no Sesc Tijuca, e na quarta-feira (6), às 18h30, na Biblioteca Parque de Manguinhos.

Edição: Talita Cavalcante

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