Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
Santa Maria (RS) – O delegado regional da Polícia Civil, Marcelo Arigony, que coordena as investigações do incêndio da Boate Kiss, disse hoje (29) que tem certeza de que o funcionamento do estabelecimento era irregular. De acordo com ele, uma série de circunstâncias possibilita “até a uma criança” concluir que a casa não deveria estar funcionando.
Arigony disse que, segundo sugerem as investigações iniciais, houve irregularidades nos extintores, na iluminação do banheiro, na largura da porta, na disposição da casa e na lotação do estabelecimento. “Porque eu tenho certeza de que alguma irregularidade havia? Porque, se uma dessas circunstâncias se confirmar, já se comprovaria [a irregularidade]”, disse.
O delegado ainda ressaltou que, apesar de nenhum dos ouvidos ter reconhecido que usou sinalizadores dentro da boate, há boa comprovação de que foram utilizados. “Quem lançou não confirmou, mas os demais confirmaram [quem usou]. Isto está bem materializado”.
A polícia apurou também que a banda não usou fogos de artifício adequados para ambientes internos. “Nós já fomos até a quem vendeu. Tinha nota fiscal e ele [membro da banda] não comprou de fogo frio [adequados para interiores]”.
Arigony disse que não teve acesso aos documentos e alvarás do estabelecimento. Na tarde de hoje, a prefeitura informou que enviará à polícia toda a documentação solicitada.
Edição: Fábio Massalli
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