Mariana Branco
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Empresários brasileiros e europeus entregarão amanhã (24) um documento à presidenta Dilma Rousseff e ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, pedindo melhores condições para o comércio bilateral entre o Brasil e o bloco econômico. Segundo o empresariado, o investimento caiu em ambas as direções em 2012 na comparação com 2011, recuando 63% do Brasil para a Europa e 28% no sentido contrário.
A entrega das reivindicações acontecerá durante a 6ª Cúpula Brasil-União Europeia, que será realizada no Palácio do Planalto. Hoje (23), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e as organizações europeias BusinessEurope e Eurochambre realizam na sede da CNI, em Brasília, o 6° Encontro Empresarial Brasil-União Europeia, evento paralelo ao das lideranças políticas, com o fim de discutir comércio e investimentos no âmbito bilateral.
Nas discussões desta quarta-feira, representantes do setor privado brasileiro e europeu atribuíram a retração dos investimentos entre o país e a região a obstáculos como carga tributária e barreiras não comerciais (protecionistas).
“Esses números [de queda no investimento] demonstraram a necessidade de nossos setores privados e nossos governos trabalharem em conjunto. Tornam-se imprescindíveis políticas públicas que mantenham a estabilidade, a previsibilidade das regras e a redução da carga tributária nos investimentos”, disse Paulo Tigre, vice-presidente da CNI. Tigre defendeu ainda “um grande esforço de ampliação do diálogo para remover as barreiras não tarifárias”.
O presidente da Associação Comercial Portuguesa e vice-presidente da BusinessEurope, Jorge Rocha de Matos, disse que “ainda há muito a fazer para dar maior segurança jurídica às empresas europeias no Brasil e às empresas brasileiras na Europa”. Ele destacou que o Brasil é um parceiro econômico importante da União Europeia. “Em 2011, o comércio com o Brasil representou 37% do comércio da União Europeia com a América Latina. Estamos bastante decepcionados com a ausência de progressos. Existem muitas oportunidades não aproveitadas para fomentar o comércio entre os nossos países”, disse.
Além das barreiras ao comércio entre Europa e Brasil, os empresários também discutiram oportunidades de parcerias comerciais entre o bloco europeu e o Mercosul, que reúne Brasil, Argentina, Uruguai, Venezuela e Paraguai, suspenso até abril do bloco. O encontro empresarial será encerrado com a presença do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, e do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota.
Edição: Davi Oliveira
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