Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Uma casa foi destruída e mais seis foram interditadas pela Defesa Civil no bairro da Tijuca, na zona norte, por causa da queda de um muro devido ao forte temporal que atingiu a cidade na noite de ontem (15). As casas estão inundadas e cheias de pedras, areia e lama. Algumas apresentam rachaduras e estão inclinadas.
De acordo com moradores, o muro separava a área da construção de um prédio residencial na rua Barão de Mesquita, que fica atrás do local atingido. O muro, erguido pela construtora, apresentava sinais de que iria cair, porém representantes da empresa não apareceram para fazer uma vistoria no local, relatara os moradores. A maior parte das famílias estão abrigadas nas casas de amigos, vizinhos e parentes.
"Eu moro aqui há mais de 30 anos e nunca aconteceu algo como isso. Isso é tudo culpa dessa obra que está sendo realizada do outro lado da rua. Esse muro que eles colocaram aqui foi muito mal feito. Não fizeram um trabalho de drenagem da água e agora nós estamos passando por isso," disse o aposentado João da Cruz, morador de uma das casas interditadas.
A casa de Amélia da Conceição, de 77 anos, também sofreu estragos. A moradora perdeu os móveis e eletrodomésticos com a enxurrada ."Eu estaca vendo televisão, e de repente, ouvi um estouro. Entrou água, lama. Eu dei um pulo do sofá e fui para a cozinha, mas encheu tudo. Vi tudo nadando. Foi um sufoco para abrir a porta, quase morri afogada", contou.
Segundo o subsecretário de Defesa Civil, Márcio Motta, a construtora Delaporte Empreendimentos Imobiliários, responsável pela obra, assumiu a culpa pela queda do muro e promete indenizar as famílias afetadas.
"De início, a empresa está se responsabilizando por tudo, demolição do muro, uma canalização emergencial para drenagem da água e assistência às famílias desalojadas neste momento. Existe um responsável técnico pela obra, que deveria ter visto isso antes. A assistente social já colheu os dados dos moradores afetados e vai providenciar tudo que eles precisarem agora," informou Motta. A reportagem da Agência Brasil tentou contato com a construtora Delaporte, mas nenhum representante foi encontrado.
Edição: Carolina Pimentel
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