Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A inadimplência de pessoas físicas cresceu 15% em 2012, em relação ao ano anterior, de acordo com levantamento da empresa de consultoria Serasa Experian. Na comparação entre dezembro do ano passado e o mesmo mês em 2011, houve crescimento de 14,2%.
Durante o ano passado, as dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água) foram as principais responsáveis pelo aumento na inadimplência, pois tiveram alta de 28,8%. O valor médio desse tipo de dívida ficou em R$ 322,60 no ano passado, um crescimento de 0,6% ante 2011.
Nos bancos, a inadimplência subiu 8,2% em 2012 e registrou valor médio de R$ 1.310,31, alta de 0,6% na relação com 2011. Os títulos protestados nos cartórios tiveram expansão de 1,6% e valor médio de R$ 1.452,95, elevação de 5,8% sobre 2011.
A devolução de cheques por falta de fundos foi o único a registrar declínio no ano passado, com recuo de 8,3% em relação a 2011. O valor médio desses cheques foi R$ 1.526,11, representando um aumento de 12,3% na comparação com 2011.
Segundo os economistas da Serasa, a elevação da inadimplência do consumidor durante 2012 é uma continuidade do endividamento crescente desde 2010. As dívidas dos brasileiros, de acordo com os economistas, teriam levado a um alto comprometimento da renda – média de 22,1% no período de janeiro a outubro de 2012, de acordo com levantamento do Banco Central –, o que dificultou o pagamento dos compromissos financeiros.
No segundo semestre, a inadimplência do consumidor apresentou quedas mensais, com exceção apenas do mês de outubro, quando foi registrado aumento em razão das compras para o Dia da Criança. Essas quedas ocorreram porque, com parte do orçamento tomado por prestações, o consumidor evitou novas compras, informa a Serasa em nota.
De acordo com os economistas da empresa de consultoria, os brasileiros, na verdade, aproveitaram a queda na taxa de juros para regularizar as suas pendências. “Entretanto, essa mudança de comportamento na segunda metade do ano não foi suficiente para garantir um balanço anual mais favorável”, segundo a Serasa.
Edição: Davi Oliveira