Da BBC Brasil
Brasília - O presidente sírio, Bashar Al Assad, fez um raro pronunciamento de TV, no qual chamou seus adversários de "inimigos de Deus e fantoches do Ocidente". Ele lamentou o sofrimento das pessoas por conta da guerra civil, dizendo que uma "nuvem negra" de dor cobriu todos os cantos do país.
Assad também se disse disposto a definir um plano de paz envolvendo uma conferência de diálogo nacional e um referendo sobre uma nova Carta (Constituição). A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 60 mil pessoas foram mortas no levante contra o presidente, que começou em março de 2011.
Ele rejeitou o movimento de oposição da Síria, qualificando os rebeldes como marionetes fabricadas pelo Ocidente, e disse que a Síria queria negociar com os "os mestres e não com os servos". Assad afirmou que a Síria não rejeita a diplomacia, mas insistiu que não iria negociar com as pessoas com ideias "terroristas".
O discurso foi intercalado com aplausos e cânticos de seguidores, que lotavam a Ópera de Damasco. Ele disse que a oposição contra ele não faz uma revolução.
"Isso [uma revolução] precisa de pensadores e ser baseado em uma ideia", disse ele. "E precisa de liderança - quem é o líder desta revolução?". Assad acusou os rebeldes de roubar trigo do povo, privar as crianças de escola e cortar a eletricidade e suprimentos médicos.
Ele disse: "O sofrimento está tomando a terra da Síria. Não há lugar para a alegria enquanto a segurança e a estabilidade estão ausentes nas ruas de nosso país”. Assad chamou todos os cidadãos a defenderem o país de acordo com seus meios."A nação é para todos e todos devemos protegê-la", disse ele. Ele disse que esperar por ajuda de outros "apenas levaria o país ao desastre".