Pódio da São Silvestre 2012 mantém hegemonia queniana

31/12/2012 - 12h36

Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Um pódio formado em sua maioria por estrangeiros foi o resultado da Corrida Internacional de São Silvestre 2012. O vencedor da prova masculina foi o queniano Edwin Kipsang, 24 anos, que repetiu o feito do ano passado. Na prova feminina, a também queniana Maurine Kipchumba venceu com o tempo de 51minuntos e 42 segundos. O melhor resultado entre os brasileiros foi do atleta Giovani dos Santos, 31 anos, que ficou em quarto lugar. Entre as corredoras, Tatiele Carvalho, 23 anos, conquistou a sexta colocação.

Kipchumba aprovou a mudança no horário da prova. "O clima estava maravilhoso, nem frio, nem quente. O percurso foi muito bom. Não esperava ganhar, mas senti que meu corpo estava muito bem. Decidi ir para cima", declarou a atleta após a corrida. Este foi o primeiro ano que a prova ocorreu de manhã. Desde a criação da corrida, foram 64 edições à noite e 23 à tarde. O percurso de 15 quilômetros também foi alterado, voltando ao traçado original, que começa e termina na Avenida Paulista.

O brasileiro Giovani dos Santos também achou positivo a mudança de horário. "Foi bom, porque a gente compete o ano todo na parte da manhã. A gente ainda esperava estar um pouco mais quente, mas não estava", declarou. O corredor avaliou ainda que o trecho de descida, no início da prova, não permitiu que ele permanecesse ao lado dos quenianos, como era sua intenção. "Em corrida curta, eles são muito rápidos. Dos 5 quilômetros para frente, eu estava encostando mesmo, mas na descida eles conseguiam abrir um pouco de novo", explicou.

O pódio masculino contou ainda com as presenças dos quenianos Joseph Kachapin Aperumoi, 22 anos, e Mark Korir, 24 anos, que ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. Em quinto, o marroquino Hafid Chani. Entre as mulheres, a segunda colocação ficou com Jackline Juma Sakilu (Tanzânia), 26 anos, seguida por Rumokol Elizabeh Chepkanan (Quênia), 25 anos, Fekede Almaz Negede (Etiópia), 25 anos, e Anastazia Ghamaa (Tanzânia), 20 anos.

Além dos atletas profissionais, cerca de 25 mil corredores que, como manda a tradição, fizeram da corrida mais que uma prova. Participantes fantasiados e carregando cartazes com os nomes de entes cidades do país ajudaram a compor o cenário do evento que marca o último dia do ano. O motorista José Maia Zanetti, 53 anos, de Ribeirão Preto (SP), participa da São Silvestre há 25 anos. Ele disse que quando começo a correr tinha como objetivo ganhar a prova, mas depois que percebeu a dificuldades passou a fazer homenagens por meio de fantasias.

"Este ano, estou homenageando o centenário do Luiz Gonzaga e o título mundial do Corinthians", declarou, ao mesmo tempo que posava para fotos com o público. Apesar de sempre terminar a prova, para Zanetti, a corrida é também uma forma de saudar o ano-novo. "Espero fazer a prova em uma hora e 40 minutos, mas com todo esse apetrecho, pode ser que demore um pouco mais. Assim, a gente termina e começa o ano com uma mensagem positiva", disse antes da largada.

O auxiliar administrativo Sebastião Luiz da Silva, 53 anos, que integra a equipe de atletismo Esperança, que treina no bairro Vila Militar, no Rio de Janeiro, lamentou a ausência de alguns companheiros na competição. "Nossa equipe é formada por 12 pessoas, mas só vieram dois. Tem gente que acha que aqui é mais uma festa e prefere disputar outras provas", disse. Com a mudança de horário da prova, o carioca espera passar a virada do ano com a família. "Quando acabar, vamos direto para o aeroporto", declarou.

A auxiliar de vendas Marinalva Gomes, de 46 anos, disse que começou a correr há 13 anos por orientação médica: "Precisava perder peso". Perdeu 16 quilos, mas a pernambucana radicada em São Paulo não parou mais de correr. "É como um vício. Fui melhorando pouco a pouco o meu desempenho. Agora corro até maratona", ressaltando que o seu exemplo motivou vários amigos. "Eu era muito sedentária. Muitos amigos passaram a correr comigo depois de ver como funciona". Atualmente, na São Silvestre, as mulheres representam 20% dos total de competidores.

 

Edição: Aécio Amado