Danilo Macedo e Luana Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (27) que acha “ridículo” dizer que o país corre o risco de racionamento de energia. Segundo ela, as empresas de energia não investiram adequadamente na manutenção do sistema elétrico durante anos, mas, a partir de agora, o quesito será melhor fiscalizado. Ainda segundo a presidenta, há recursos suficientes para usar em manutenção sem deixar de ampliar o sistema.
"Eu acho ridículo dizer que o país corre risco de racionamento", disse a presidenta durante café da manhã com jornalistas
Em relação às interrupções de energia recentes, que deixaram milhões de pessoas sem luz, Dilma criticou a tentativa de colocar a culpa em fenômenos naturais, como raios. Segundo ela, se houve interrupção, houve falha humana. “No dia que falarem que [houve interrupção de energia porque] caiu um raio, vocês gargalhem”, ironizou.
“Raio cai todo dia. Um raio não pode desligar o sistema. Se cai, é falha humana. Não é sério dizer que o sistema caiu por causa de um raio”, disse Dilma mostrando fotos de satélites mapeando a constante incidência de raios no território nacional nos últimos dias.
Dilma disse que o sistema elétrico deve ser “implacável” contra interrupções de energia e o país não pode aceitar conviver com essa situação, porque muitas pessoas perdem equipamentos elétricos, além de outros prejuízos. Segundo ela, o sistema elétrico está sujeito a “estresse”, mas tem que estar preparado. “Tem que ser resistente ao raio, isolar e recuperar. Tem que ter bloqueio, estar blindado.”
Na avaliação da presidenta, a interrupção do fornecimento de energia no Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão, no Rio de Janeiro, na noite de ontem (26), que provocou atrasos em 19 voos, também foi falha humana. “No Galeão, foram duas coisas: falha humana, porque deveriam ter trocado o ar condicionado que estava velho, e sobrecarga, por causa da temperatura alta”, avaliou. Dilma disse que é preciso se antecipar e adequar os equipamentos para possíveis riscos. “Planejar é isso.”
Edição: Lílian Beraldo