Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo da Síria negou que pretenda utilizar armas químicas nos combates contra a oposição, conforme suspeitas de norte-americanos. Por intermédio de informações atribuídas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do país, o presidente sírio, Bashar Al Assad, disse que não há a possibilidade de utilizar armas químicas quaisquer que sejam as circunstâncias. Mas não confirmou se elas existem. Em julho, autoridades sírias admitiram a existência de armas químicas no país.
Funcionários do governo reiteram que o combate é contra o terrorismo da Al Qaeda. A suspeita sobre o uso de armas químicas foi levantada pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, durante viagem à República Tcheca.
"Essa é uma linha vermelha para os Estados Unidos", disse Hillary Clinton. "Uma vez mais advertimos seriamente o regime de Assad, cujo comportamento é condenável. Essas ações contra o próprio povo são trágicas", disse.
Em Washington, especialistas dizem que os serviços de informações internacionais identificaram a movimentação na Síria de componentes de armas químicas nos últimos dias. No mês passado, o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Walid Mouallem, acusou o governo norte-americano de preparar um golpe contra Assad utilizando armas químicas.
"Essas armas químicas na Síria, se existirem, e repito, se existirem, como é possível que sejam utilizadas contra o nosso próprio povo? Qualquer pretexto serve", disse o chanceler.
Nos Estados Unidos, as informações são de que o governo da Síria dispõe de estoques de armas químicas, desde os anos 1970, reunindo centenas de toneladas. No final de julho, pela primeira vez, o governo Assad reconheceu que tem armas químicas e ameaçou usá-las em caso de intervenção militar estrangeira. Porém, negou o uso contra a população síria.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa // Edição: Lílian Beraldo