Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Pelo menos um em cada cinco universitários de 48 países menos desenvolvidos vai para o exterior em busca de oportunidades, segundo relatório divulgado pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), em Genebra, na Suíça. De acordo com a entidade, há aproximadamente 2 milhões de imigrantes intelectuais procedentes de países menos desenvolvidos.
A Unctad alertou que os benefícios das remessas feitas pelos imigrantes intelectuais podem ser comprometidas. A causa seria o efeito negativo da “fuga de cérebros” dos países mais pobres em decorrência de o fenômeno acentuar as desigualdades internacionais, considerando a disponibilidade dos trabalhadores qualificados e das perspetivas de crescimento.
No relatório, o alerta refere-se ao Haiti, país mais pobre da região, que tem 83% dos universitários morando no exterior. O Brasil é um dos países mais procurados pelos haitianos, que entram pelo Acre e aguardam a legalização para entrar no mercado de trabalho brasileiro.
O Relatório sobre os Países Menos Desenvolvidos 2012: Utilização das Remessas e dos Conhecimentos das Diásporas para Criar Capacidades Produtivas diz que nos países desenvolvidos a proporção de graduados das universidades que emigram por razões laborais é um em cada 25.
Pelos dados do relatório, entre os 48 países menos desenvolvidos, os seis com mais profissionais formados que partiram para o exterior são Samoa (73%), na região do Oceano Pacífico; Gâmbia (68%), na África; Tuvalu (65%), Estado da Polinésia, e Serra Leoa (51%), na África.
De acordo com o relatório da Unctad, há um aumento das remessas dos emigrantes para os 48 países menos desenvolvidos, que já representam cerca de 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e 15% do valor das exportações desses países.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.
Edição: Graça Adjuto