Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Em meio a protestos e críticas, o presidente do Egito, Mouhamed Mursi, conversou ontem (26) com os juízes e magistrados, na tentativa de encerrar a crise causada por um decreto que amplia os poderes presidenciais. Mursi disse que o decreto será mantido por tempo limitado e apenas para "assuntos soberanos" de proteção das instituições egípcias. Apesar da informação, está marcado para hoje (27) um protesto no Cairo, capital egípcia, contra Mursi.
Pelo decreto, editado na semana passada, o presidente amplia seus poderes, sem direito a contestação externa, e reduz as ações do Judiciário e do Legislativo. A medida gerou críticas, polêmicas e manifestações violentas no país.
A Irmandade Muçulmana, partido de Mursi, chegou a plenajar uma manifestação em favor do governo, mas cancelou a ação para evitar o agravamento das tensões. Ontem, Mursi esteve reunido, durante cinco horas, com integrantes da Suprema Corte.
O porta-voz da Presidência da República, Yasser Ali, disse que Mursi assegurou que a independência judiciária será respeitada. Ali informou também que não haverá novos julgamentos de oficiais que trabalharam para o ex-presidente Hosni Mubarak (derrubado pela Primavera Árabe no ano passado) até que novas provas sejam apresentadas.
Líderes da oposição, como o Nobel da Paz Mohamed El Baradei, disseram que só aceitarão dialogar com o governo se o presidente revogar o decreto.
*Com informações da BBC Brasil.
Edição: Graça Adjuto