Alex Rodrigues
Repórter Agência Brasil
Brasília - Além de construir estádios e ampliar a infraestrutura para recepcionar o público durante os grandes eventos esportivos que ocorrerão no país a partir do ano que vem, o Brasil também está se preparando para impedir eventuais atos terroristas. Segundo o subchefe de Inteligência Estratégica do Ministério da Defesa, major Roberto Carvalho, o potencial de risco está sendo levado em conta pelo governo, mesmo não sendo "a maior das preocupações".
Tanto que, além do Ministério da Justiça ter criado a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, o Ministério da Defesa estabeleceu, por meio da Portaria 2.221, procedimentos para a atuação das Forças Armadas durante a Jornada Mundial da Juventude, que inclui a visita do papa Bento XVI; a Copa das Confederações, em 2013, a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.
"Esta, no entanto, é uma preocupação não apenas do governo brasileiro, mas dos governos de todos os países, especialmente daqueles que sediam grandes eventos", disse o major ao participar, hoje (27), do seminário Estratégias de Defesa Nacional, na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, da Câmara dos Deputados.
Carvalho, no entanto, procurou amenizar o risco, alegando que um eventual ato terrorista, não necessariamente violento, sempre tem que ser levado em conta, por mais remota que seja a chance de algo acontecer, o que ele diz ser o caso dos eventos no país.
"É uma das características militares pensar em todas as hipóteses, inclusive na pior, que, nestes casos, seria a ocorrência de um ato terrorista durante um dos eventos. Não podemos ficar alheios a isso e estaremos preparados, mas não é nossa maior preocupação", concluiu o major.
Criada em agosto de 2011, por meio do Decreto 7.538, a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos é responsável por planejar, definir, coordenar, implementar, acompanhar e avaliar as ações de segurança para os grandes eventos, promovendo a integração entre os órgãos de segurança pública federais, estaduais, distrital e municipais envolvidos com a questão.
Já a portaria do Ministério da Defesa, publicada em agosto deste ano, estabelece as diretrizes que vão nortear a atuação dos militares do Exército, da Marinha e Aeronáutica, autorizados a atuar para subsidiar as ações das forças locais durante os grandes eventos.
A portaria também autoriza o Ministério da Defesa a empregar, temporariamente, as Forças Armadas para atuar na segurança e defesa cibernética, defesa contra terrorismo, fiscalização de explosivos, contingência e defesa contra agentes químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares; e em outras atribuições constitucionais das Forças Armadas, em todas as cidades-sede, durante os grandes eventos.
Edição: Carolina Pimentel