Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os 1.500 pequenos criadores de abelhas da Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis), sediada em Picos, no Piauí, são um exemplo de resistência às dificuldades que a seca impõe aos nordestinos. Eles conseguiram produzir mais de 150 toneladas de mel neste ano, suficiente para lhes garantir “o pão de cada dia”, de acordo com o presidente da central, Antonio Leopoldino Dantas Filho.
A produção ficou bem abaixo, porém, das 705 toneladas de mel coletadas no ano passado, quando as chuvas garantiram boa florada na área de influência da Casa Apis - que abrange 60 municípios piauienses - e possibilitaram exportações de 690 toneladas de mel em 2011 e 2012. A boa produtividade e a exportação só foram viabilizadas com a criação da central de cooperativas, em 2005, com apoio da Fundação Banco do Brasil e de parceiros regionais, de acordo com Antonio Leopoldino, mais conhecido como Sitonho.
Foi o exemplo de sustentabilidade organizada que trouxe Sitonho a Brasília, para a solenidade na qual o Banco do Brasil (BB) entregou, na noite de hoje (27), o Prêmio Valores do Brasil, que está em sua terceira edição, a 20 iniciativas de promoção de desenvolvimento regional de todas as regiões do país. No caso específico da Casa Apis, Sitonho disse à Agência Brasil que “o prêmio nos estimula muito, porque é o reconhecimento do trabalho a favor da própria comunidade e dá mais visibilidade ao empreendimento”.
Para o gerente-geral da Unidade de Desenvolvimento Sustentável do BB, Rodrigo Nogueira, é papel do banco apoiar as comunidades locais. “Além do negócio do banco, que é comprar e vender dinheiro, temos que contribuir com o desenvolvimento das comunidades, dando condições melhores, com inclusão social e financeira”. Nesse processo entram as iniciativas do voluntariado do BB, que envolve funcionários ativos e aposentados, além das parcerias.
Foi assim que surgiu, por exemplo, o projeto de reciclagem de óleo de cozinha, que recolheu mais de 10 mil litros de óleo usado, desde 2010, no município paulista de Porto Ferreira. O produto é destinado, em grande parte, para a produção de sabão e detergente. O trabalho, exercido de forma cooperativa, também recebeu o Prêmio Valores do Brasil.
Edição: Fábio Massalli