Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Utopias, absurdos e realidades da vida urbana são retratados e interpretados na 2ª Bienal Mundial da Criatividade, que começou hoje (21) no Rio de Janeiro e está aberta ao público até o próximo domingo (25) no Píer Mauá, zona portuária da capital fluminense. A bienal reúne, em mais de 1,5 mil metros quadrados, obras de 17 artistas de todo o mundo, além de intervenções e instalações que têm, em comum, uma abordagem reflexiva sobre as grandes cidades.
A estudante Estela Paula Mota de Oliveira, 13 anos, disse que ficou surpresa com a exposição. “Achei bem legal. Mas muita coisa não entendi, como essa roupa aí”, disse a menina apontando para a obra do sul-africano Ralph Borland: uma roupa criada especialmente para quem for às ruas protestar.
Suited for Subversion (Adequado para a Subversão) é resultado da conclusão de mestrado do artista e consiste em uma roupa inflável vermelha que protege a parte superior do corpo, tem um dispositivo que mede o pulso da pessoa e uma caixa de som localizada no peito do manifestante para amplificar o som das batidas do coração. A obra que, pertence ao acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), faz uma crítica à truculência policial e à falta de liberdade de expressão.
Uma das artistas que participam da bienal, Doris Graf, da Alemanha, produz sua obra de forma participativa e colaborativa. Até o dia 23, estudantes de diferentes escolas da cidade vão desenhar símbolos que expressam sua relação pessoal e opinião sobre o Rio de Janeiro. A obra intitulada <Me, Rio> será um grande painel com os desenhos coletados.
“Ontem e hoje de manhã vieram estudantes colaborar com a obra. Mais tarde, cinco escolas vêm aqui para fazer mais desenhos. Os símbolos que recebi até agora são muito positivos e falam muito do desejo comum dessas crianças de ter uma cidade melhor”, disse a artista que já realizou obra similar na Alemanha e explicou que a escolha das crianças para o trabalho deve-se ao fato de serem “ótimos desenhistas” e conseguirem passar mensagens que ultrapassam as barreiras linguísticas.
A Bienal Mundial de Criatividade faz parte do Festival Internacional de Criatividade, que inclui também um fórum e oficinas sobre a importância da economia criativa e projetos inovadores para o futuro das cidades. Com o tema “Redesign e Transformação Urbana”, a nona edição do fórum, que vai até sexta-feira, terá a presença de profissionais e pensadores internacionalmente conhecidos nos ramos do design, urbanismo, das artes e dos empreendimentos criativos.
A publicitária Ana Paula Sabino Domingos trabalha com propostas alternativas para promover a sustentabilidade e se inscreveu em algumas palestras para fazer contatos e conhecer o que está sendo discutido e produzido fora e dentro do Brasil. Ela aproveitou para ver a exposição.
“Adorei as cores. Tudo muito inovador. Acho que é uma forma legal de unir a ideia da sustentabilidade com a de coletividade e propor soluções urbanas necessárias para o mundo de hoje”, opinou a publicitária.
Edição: Lílian Beraldo