Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Até o final do mês, serão concluídos os estudo de viabilidade para o transporte ferroviário de passageiros em dois trechos da Região Sul. O primeiro – no Paraná, entre Maringá e Londrina – terá aproximadamente 125 quilômetros (km). O outro, de 80 km, no Rio Grande do Sul, ligará Caxias a Bento Gonçalves, caso use a atual estrutura. Essa extensão poderá ser reduzida para concorrer com os 48 km rodoviários entre os dois municípios. Há, de acordo com o Ministério dos Transportes, mais quatro trechos com os estudos bastante avançados.
A expectativa do governo é que, até o começo de março, o estudo referente aos 54 km entre Pelotas e o Porto do Rio Grande (RS) esteja concluído. Em relação aos trechos Salvador-Alagoinhas-Conceição de Freitas (180 km), na Bahia; Codó-Teresina-Altos (130 km), no Piauí; e São Luis-Itapecurumirim (80 km), no Maranhão, o levantamento deve terminar entre final de abril e começo de maio.
“Já levantamos os valores preliminares dessas intervenções, e os estudos de viabilidade indicará se terão condições [de ser construídos]. Supondo que os seis tenham viabilidade, vamos contratar outro estudo para atualizar a dinâmica de transporte e [para identificar] os modelos de negócios”, disse o coordenador de Trens Regionais de Passageiros, do Ministério do Transporte, Euler Sampaio.
Boa parte dessas ferrovias já tem infraestrutura suficiente, mas é usada basicamente para o transporte de cargas. “Claro que, em trechos onde haja grande circulação de veículos de carga, há a possibilidade de fazermos duplicações para evitar congestionamentos”, disse o diretor do Departamento de Planejamento e Avaliação de Política de Transportes do Ministério dos Transportes, Francisco Luiz Baptista da Costa.
O governo pretende usar parcerias público-privadas para tocar todos os projetos, que contaram com a ajuda de universidades de Santa Catarina, Minas Gerais e da Bahia. “Esses estudos têm como parâmetro o transporte rodoviário. Por isso, [os trens] têm de apresentar, para o passageiro, um custo mais baixo e [funcionar] integrado a outros modais, além de serem mais confortáveis”, acrescentou Sampaio.
Segundo ele, há também a intenção de tratar as estações como negócios com potencial de arrecadação. “Pensamos, inclusive, que os estacionamentos [nas estações] precisam ter o preço da passagem inserido. Caso contrário, corremos o risco de a demanda acabar se voltando às rodovias”, avaliou o coordenador.
Até o momento, o governo contabiliza 64 pedidos de estudos de viabilidade para o transporte ferroviário regional de passageiros. Desse total, 14 foram identificados como prioritários. Os seis trechos que estão prestes a finalizar os estudos fazem parte desse grupo.
Edição: Talita Cavalcante