Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – As expectativas sobre a manutenção dos juros básicos da economia em 2013 estão tendo reflexos sobre a administração da dívida pública. Apesar das turbulências na economia internacional nas últimas semanas, o Tesouro Nacional está emitindo títulos com juros mais baixos em novembro, disse hoje (21) o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido.
De acordo com Garrido, a taxa dos leilões de títulos prefixados apresentaram ligeira queda este mês. Nas vendas de letras do Tesouro Nacional (LTNs) com vencimento em 2016, os juros caíram de 8,94% ao ano no leilão de 4 de outubro para 8,64% ao ano no leilão do último dia 16. Para as notas do Tesouro Nacional, série F, (NTNs-F) com vencimento em 2023, as taxas passaram de 9,80% ao ano para 9,46% ao ano nas mesmas datas.
Os juros dos títulos públicos representam a expectativa dos investidores em relação à economia brasileira. Quanto menor a taxa, maior a confiança de que o governo conseguirá honrar os compromissos e reembolsar, com juros e correção, os compradores dos títulos no prazo do vencimento. Segundo Garrido, mesmo com o agravamento da crise internacional, o Tesouro continua a vender papéis com taxas mais baixas por causa da expectativa em relação à taxa básica de juros da economia (Selic).
“Os juros [dos títulos públicos] estão influenciados pelas expectativas do mercado em relação aos juros futuros. O mercado agora tende a acreditar que os juros ficarão baixos por mais tempo que o inicialmente estimado”, declarou Garrido. Divulgado na segunda-feira (19), o último boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central com instituições financeiras, aponta que os analistas de mercado acreditam que a taxa Selic encerrará 2013 em 7,25% ao ano, permanecendo no menor nível da história.
A participação de estrangeiros na dívida interna voltou a bater recorde em outubro. No mês passado, 13,75% da dívida mobiliária (em títulos) interna estavam nas mãos de investidores internacionais. De acordo com os técnicos do Tesouro, os estrangeiros continuam a comprar papéis da dívida brasileira apesar da cobrança de 6% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “Esses investidores compram em pequenos volumes e, até por causa da taxação, estão interessados em títulos de prazo mais longo, que não têm o rendimento afetado”, disse Garrido.
Edição: Aécio Amado