Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O protesto que ocorreu ontem (20) em Buenos Aires, paralisando parcialmente a capital, sob a liderança dos três maiores sindicatos de trabalhadores do país, teve os efeitos amenizados pela presidenta Cristina Kirchner. Ao comandar a cerimônia do Dia da Soberania Nacional, em comemoração ao aniversário de 167 anos da Batalha de Vuelta de Obligado (combate naval travado em 1845 entre uma esquadra anglo-francesa, que pretendía ingressar pela força e navegar no Rio Paraná, e as tropas argentinas), a presidenta rechaçou os impactos do movimento. “Eu não me afeto com ameaças, vou manter o que tenho de fazer”.
Os trabalhadores que lideraram a paralisação e a manifestação exigem o combate à inflação, aumento do salário mínimo e a redução da carga tributária. O protesto contra o governo foi o segundo em duas semanas. A entidade sindical que representa os caminhoneiros, uma das maiores da Argentina, coordenou o movimento.
No discurso, Cristina Kirchner disse que o "direito de greve é sagrado", mas acrescentou que "é direito de todo trabalhador decidir o que ele quer fazer", porque "a vontade dos trabalhadores não pode ser dominada por qualquer um."
A presidenta pediu “desculpas aos argentinos que [ontem] não puderam viajar nos aviões da Aerolineas Argentinas porque os sindicatos não cumpriram suas funções". “Foi uma injustiça e falta de solidariedade" , ressaltou. A paralisação na Argentina afetou também os turistas brasileiros que tentavam embarcar para o país vizinho, pois voos foram adiados e alguns cancelados.
Ao longo do dia, assessores de Cristina Kirchner condenaram as paralisações que atingiram parcialmente os ônibus e o metrô de Buenos Aires, assim como as atividades nos principais aeroportos do país. Segundo relatos, em Buenos Aires o clima ontem era de feriado devido à falta de movimento.
Apesar da paralisação de ontem, a seleção brasileira de futebol conseguiu chegar à Argentina para a disputa de hoje do superclássico das Américas. Brasil e Argentina jogam à noite, no Estádio da Bombonera, em Buenos Aires, que é a sede do Boca Juniors.
*Com informações das agências pública de notícias da Argentina, Telam, e estatal de Cuba, Prensa Latina
Edição: Graça Adjuto