Da BBC Brasil
Brasília - Ataques aéreos de Israel contra a Faixa de Gaza destruíram parte da sede do Hamas na região, segundo testemunhas. O quartel-general do grupo, que administra a Faixa de Gaza, havia sido visitado na véspera pelo primeiro-ministro do Egito, Hisham Qandil.
Ao menos 38 palestinos e três israelenses morreram desde o início da nova onda de violência, provocada após a morte do líder militar do Hamas, Ahmed Jabari, em um ataque aéreo israelense, na quarta-feira (14). Entre os palestinos mortos estariam ao menos sete crianças, incluindo um bebê de 11 meses, filho de um editor de imagens da BBC em Gaza. Militantes palestinos em Gaza mantiveram os disparos de mísseis contra Israel, incluindo foguetes dirigidos às duas principais cidades do país, Tel Aviv e Jerusalém, na sexta-feira.
Após uma noite relativamente quieta, com relatos de poucos ruídos na região além do som do sobrevoo de aviões não tripulados, Gaza foi atingida por uma série de grandes explosões pouco após as 3h deste sábado (23h de sexta-feira em Brasília). Houve uma nova série de disparos na cidade pouco após as 5h (1h em Brasília), em direção a vários prédios pertencentes ao Hamas, que estariam vazios no momento em que foram atingidos.
Em sua conta no Twitter, o correspondente da BBC em Gaza, Jon Donnison, relatou: "Cinco grandes ataques aéreos estão chacoalhando meu quarto agora. Parece perto". Três membros das brigadas Izz Al Din Al Qassam, a ala militar do Hamas, estariam entre os mortos durante a madrugada.
No campo de refugiados de Jabalia, ao norte da Faixa de Gaza, ao menos 30 pessoas teriam ficado feridas após um míssil destruir a casa de um diretor do Ministério da Informação. Além dos edifícios do Hamas, os ataques de Israel foram dirigidos para transformadores elétricos e a rede de túneis usados para o contrabando de bens e armas do Egito para Gaza. A porta-voz do Exército israelense Avital Leibovich disse que 200 alvos foram atingidos durante a madrugada, incluindo 120 lançadores de foguetes e 20 túneis ao sul de Gaza.
Rumores sobre uma iminente invasão por terra do território vêm aumentando, mas as autoridades israelenses dizem que nenhuma decisão foi tomada nesse sentido. O Exército começou na sexta-feira a incorporação de 16 mil reservistas convocados, e as autoridades autorizaram a convocação de mais 75 mil reservistas. Israel também bloqueou o acesso às três principais vias de acesso a Gaza.