Pedro Peduzzi e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Apesar do otimismo com o Plano Safra da Pesca e Aquicultura anunciado hoje (25) pela presidenta Dilma Rousseff, entidade do setor reclamou dos entraves impostos pelo Ministério do Meio Ambiente. A Confederação Nacional dos Pescadores e Aquicultores (CNPA) cobrou “mais independência do Ministério da Pesca em relação ao do Meio Ambiente”.
“Hoje é um dia que entrará para a história da aquicultura e da pesca do país. Temos 400 mil pescadores vivendo abaixo da linha da pobreza. Ao aumentarmos a produção nacional, vamos fazer com que milhares de famílias tenham uma vida melhor. E, também, com que os brasileiros possam consumir uma proteína muito saudável”, disse o presidente da CNPA, Abraão Lincoln, pouco antes de fazer a cobrança, sem detalhar, em discurso na cerimônia de lançamento do plano, no Palácio do Planalto.
Em geral, o setor reclama das dificuldades para a liberação da pesca em determinadas áreas, como em represas de usinas hidrelétricas.
O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Tilápia (ABTilápia), Ricardo Neukirchner, destacou que o plano servirá para estimular a exportação do pescado brasileiro. “O Brasil perde todos os anos mais de US$ 1 bilhão importando pescado. Reduzindo custos e melhorando a rentabilidade do produtor. Teremos todas as condições para sermos o maior produtor mundial de pescado. Somos, sem dúvida, a bola da vez na aquicultura mundial”, avaliou.
Neukirchner apontou ainda que a aquicultura é uma das alternativas para acabar com a fome mundial e deve ser vista como “necessidade do país”. “Este plano é sinal de maturidade do Ministério da Pesca e do próprio setor como um todo. Será fundamental para que o governo faça uma boa gestão pública, porque facilitará a obtenção de crédito e estimulará a adoção de mais tecnologia pelo produtor”, acrescentou.
Outro ponto destacado por Neukirchner é a condição para o desenvolvimento da atividade de forma organizada e sustentável. “Este é o melhor caminho para a manutenção e preservação dos estoques naturais em rios e oceano. Além disso, manteremos o produtor rural no campo, pois a piscicultura é excelente. Com esses incentivos produziremos um alimento saudável e barato para a população, a exemplo do que aconteceu com o frango no passado”, completou.
Edição: Carolina Pimentel