Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O Dia Nacional do Cirurgião-Dentista foi marcado por protestos dos profissionais contra os planos odontológicos. Na capital fluminense, os cirurgiões-dentistas promoveram manifestação na Cinelândia, no centro da cidade, com cartazes, carro de som e faixas pretas amarradas no braço.
A categoria reivindica equiparação salarial com os médicos e remuneração adequada por parte das operadoras filiadas ao Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo (Sinog). Segundo o presidente do Conselho Regional de Odontologia do Rio de Janeiro, Afonso Fernandes Rocha, argumenta que os convênios não pagam valores condizentes pelos serviços dentários, embora cobrem mensalidades altas dos clientes.
Para alcançar renda significativa, os profissionais, conforme Rocha, são obrigados a atender grande número de usuários dos planos por dia, comprometendo a qualidade do trabalho e a saúde do paciente. "Por exemplo, se fizer dez procedimentos, eles [os planos] só pagam sete, oito, às vezes, seis procedimentos. Quando pagam, só depois de 90 ou 100 dias e, mesmo assim, depois de muita reclamação. Fica difícil trabalhar para os convênios", disse.
Rocha ressaltou que a categoria já se reuniu com representantes dos planos diversas vezes nos últimos dez anos, porém as empresas alegam não ter condições de reajustar o honorário. "Os valores são R$ 10 por uma extração, R$ 5 por uma consulta, R$ 10 por uma restauração, depende do convênio. O importante é que eles têm um lucro muito grande, sinal de que poderiam pagar melhor os profissionais."
O Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo informou, por meio da assessoria de imprensa, que estimula as associadas a promover contratos com os prestadores de serviços seguindo as resoluções normativas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com o intuito de garantir clareza sobre a forma e a periodicidade dos reajustes para as partes envolvidas. "O Sinog entende que o atendimento à população não pode ser prejudicado e que o acesso aos serviços contratados pelo beneficiário devem sempre existir, constituindo uma obrigação legal e contratual das operadoras e de sua rede assistencial", diz a nota.
A ANS informou, também por meio da assessoria de imprensa, "que o atendimento à população não pode ser prejudicado e que o acesso aos serviços contratados pelo beneficiário deve ser garantido por sua operadora de plano de saúde".
De acordo com a agência reguladora, é vedada a cobrança de valores adicionais por consultas ou qualquer outro serviço com cobertura obrigatória pelo plano contratado. "Caso algum prestador de serviço de saúde anuncie a cobrança para o beneficiário, a operadora deve ser comunicada e oferecer alternativa de atendimento sem qualquer ônus."
Edição: Carolina Pimentel