Pedro Peduzzi
Enviado especial da Agência Brasil
Belo Horizonte (MG) – Eleito no primeiro turno para a prefeitura de Belo Horizonte com 52% dos votos válidos, Márcio Lacerda (PSB) acenou com a possibilidade de seu governo aproximar, pelo menos no cenário local, o PSDB, partido que o apoiou tendo como comissão de frente o senador Aécio Neves, e o PT, partido do candidato derrotado Patrus Ananias.
O primeiro passo para essa aproximação foi apresentado, logo após o candidato saber da vitória. “Esperamos ter uma oposição ética que não priorize o partido, mas a cidade. Tenho certeza de que isso vai acontecer porque recebi um telefonema de Patrus Ananias dizendo que fará uma oposição leal e construtiva”, disse Lacerda em coletiva de imprensa. “Não temos grandes diferenças programáticas em relação a eles, portanto não há por que não possamos [fazer isso]”.
Lacerda lembrou que boa parte da aliança que o elegeu é também da base do governo federal. “Nossa aliança tem 19 partidos, dos quais 16 são da base da presidenta Dilma. Não há por que mudar essa relação. Não haverá oposição do governo federal, como não houve [dele, governo federal] aos governos Alckimin, Serra e Anastasia”, disse o prefeito reeleito para mais quatro anos na capital mineira.
“Existem social-democratas no PSB, no PSDB e no PT. São pessoas que pensam em trabalhar para diminuir a desigualdade no país. E esse é o nosso maior objetivo: aumentar a riqueza, distribuindo-a para melhorar o desenvolvimento. Temos divergências sobre o modo de governar ou de fazer política, mas no essencial nós concordamos”.
Perguntado sobre a relevância do apoio de Aécio Neves para a vitória em BH, Lacerda disse que “não há como avaliar” esse peso. “Naturalmente as presenças do Aécio e do governador Anastasia (PSDB) foram muito importantes e as pesquisa mostraram essa importância. E naturalmente isso aqui não é um projeto pessoal. É um projeto por Belo Horizonte e por Minas Gerais”.
“Política não se faz com o fígado. É importante olhar o interesse da cidade. Nós estaremos prontos para conversar com nossos adversários, como fiz no primeiro mandato. Temos mais de 30 obras em andamento. É preciso concluí-las e avançar na educação, saúde, transporte público. Há muito a fazer. Nosso programa tem cerca de 500 ações e a partir de amanhã estaremos planejando a sua execução”, disse.
Edição: Fábio Massalli