Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Em Luziânia, a quinta maior cidade de Goiás, as eleições seguiram em clima de tranquilidade na manhã de hoje (7). Apesar desta sensação, confirmada por alguns moradores, era possível constatar diversas infrações eleitorais sendo praticadas em vários locais de votação.
Pequenos grupos concentrados em frente a algumas das 61 zonas eleitorais da cidade faziam boca de urna sem mostrar preocupação em serem flagrados. Ao telefone, uma mulher falava em voz alta: “Estou te ligando porque eu quero que você vote em uma pessoa aqui”.
Há poucos metros deste local, em outra zona eleitoral, um morador disse às gargalhadas para uma amiga: “Como você vem fazer boca de urna sem saber o nome do candidato?”.
Apesar de representantes do cartório eleitoral da cidade afirmarem que os crimes durante eleições em Luziânia estarem diminuindo com a intensificação da fiscalização, um fiscal, que preferiu não se identificar, disse que ainda existe muita tentativa de compra de voto no município. “Existe compra de voto até dos portões [das zonas eleitorais] para dentro. Há candidato que vira rolo compressor no período eleitoral e quem vai fazer alguma coisa? Todo mundo quer se dar bem. Hoje em Luziânia quem tem dinheiro canta de galo”.
Longe do centro de Luziânia, algumas pessoas consumiam bebidas alcoólicas em pequenos restaurantes. A venda de bebida é proibida, por lei, em dias de eleição.
Pelas ruas da cidade, o volume de panfletos e santinhos de candidatos espalhados, principalmente, na frente dos colégios onde são realizadas as votações, indignaram alguns moradores do município.
“Estou com dó dos garis. Amanhã isto aqui vai ser um desastre. Se fosse eles [garis] entregava a vassoura na mão de cada vereador para eles limparem esta sujeira”, sugeriu Luís Penha, funcionário de uma padaria na cidade.
O funcionário do Superior Tribunal de Justiça, Tiago Mota de Jesus, que viajou para votar em Luziânia, disse que ficou espantado com a situação do município. “A cidade toda assim, lotada de sujeira de propaganda de candidatos. Pelo que sei isto é crime”.
O gari Salatiel Soares da Silva disse que já começou o trabalho no domingo, mas sabe que o volume de papéis deve aumentar até amanhã. “Estou trabalhando desde às 7h30 e estou parando agora. Mas a sujeira ainda vai aumentar. Amanhã vou ter muito trabalho. Toda eleição é assim”.
Edição: José Romildo