Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os desafios que o prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, enfrentará no segundo mandato são “um pouco menos graves” do que teve em sua primeira gestão, avaliou hoje (7), em entrevista à Agência Brasil, o cientista político Jairo Nicolau, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “O Rio que ele encontrou quatro anos atrás era pior que o que ele está recebendo agora, não só pelas razões da gestão dele, mas por fatores econômicos da cidade e a mudança no tema da segurança pública. O Rio de Janeiro vive hoje um momento melhor”, disse.
Ele advertiu, entretanto, que os temas mais graves observados na primeira administração de Paes se repetem, os relativos à saúde básica e o transporte. “São os dois maiores problemas em que um prefeito pode ter uma ação direta”. Nicolau observou que o desemprego, o racismo e a desigualdade social são temas fundamentais para o Brasil, mas sobre os quais o prefeito tem pouca ingerência. “Mas transporte e saúde básica, não”. Segundo ele, a saúde, em especial, cuja rede de hospitais é muito antiga, é um tema decisivo para a cidade.
Nicolau disse que a gestão do município para os grandes eventos esportivos, com destaque para as Olimpíadas de 2016, está bem encaminhada. Talvez, disse o cientista político, esse tenha sido um dos tópicos centrais da votação obtida por Paes. “Parte da população via como um risco uma interrupção nesse processo com um novo prefeito e outra força política”.
Na opinião de Jairo Nicolau, a vitória de Eduardo Paes “foi muito consistente”. Segundo Nicolau, nenhum candidato a prefeito do Rio teve uma votação semelhante. “Mesmo a zona sul, que tinha virado as costas para ele na última eleição, ele recuperou agora. Se bobear, vai ter uma maioria mais folgada (na Câmara) para gerir a cidade. Ele sai fortalecido, como uma liderança no estado”.
Edição: Fernando Fraga