Força Nacional deve permanecer no Morro Santo Amaro por mais um ano, diz secretaria

05/10/2012 - 14h44

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Ocupada por 150 homens da Força Nacional de Segurança Pública desde maio deste ano, a Comunidade Santo Amaro, no Catete, zona sul carioca, onde vivem cerca de 1,5 mil famílias, deve contar com a presença dos militares por pelo menos mais um ano. O anúncio foi feito hoje (5) à Agência Brasil pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).

Segundo a secretaria, o acordo firmado com o governo do estado do Rio para o envio da tropa tem por objetivo ajudar nas ações do programa Crack, É Possível Vencer, do governo federal, que vêm sendo desenvolvidas na região. De acordo com a pasta, a cada três meses ocorre automaticamente uma renovação de contrato para a permanência dos militares na região, que ainda não conta com uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Ainda de acordo com a secretaria, o mesmo prazo serve também para que a Secretaria de Segurança Pública do estado envie policiais militares à comunidade, para que, aos poucos, substituam o efetivo da Força Nacional. A cada três meses, cerca de 20 soldados são enviados ao local.

Apesar da ocupação e da aparente tranquilidade na comunidade, moradores e comerciantes ainda vivem com insegurança e preferem não opinar sobre o trabalho da tropa. A maioria das pessoas abordadas pela equipe de reportagem da Agência Brasil preferiu não dar entrevistas e as que aceitaram conversar preferiram não se identificar com medo de represálias.

“Não tem segurança nenhuma. Eu não aprovo [a ocupação]. Comigo não teve nenhum problema. É bom que não tem tiroteio, pois eu tenho cinco filhos. Mas não mudou nada não. Tinha que ser feito um estudo, fazer uma reunião e colocar em pauta todas as reivindicações [dos moradores]. Eu acho que tem que ser em comum acordo com todo mundo”, disse uma moradora que pediu para não ser identificada.

Há também moradores que se sentem mais seguros com a presença da Força Nacional. É o caso da dona de casa Evanda Simões, 59 anos. “A paz chegou no local. Está bem melhor agora. A gente dorme sossegada, sai sossega. Quando a gente saía de casa, a gente ficava com medo, agora não”, relatou.

A Secretaria Municipal de Assistência informou que, desde o início da ocupação na região, os profissionais que atuam em contêineres instalados na entrada da comunidade realizaram 4.441 acolhimentos, sendo 4.122 adultos, 61 idosos, além de 235 adolescentes e 23 crianças. Também foram feitos cerca de 1,7 mil atendimentos sociais, como inscrições em programas sociais do governo federal e municipal.

 

Edição: Lílian Beraldo