Primeiro cineasta brasileiro a fazer carreira internacional, Alberto Cavalcanti é homenageado no Festival do Rio

02/10/2012 - 18h11

Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A partir de hoje (2) o Instituto Moreira Salles (IMS) do Rio de Janeiro abriga uma das mais importantes mostras especiais da edição 2012 do Festival do Rio: a homenagem a Alberto Cavalcanti, o primeiro cineasta brasileiro a fazer carreira internacional.

Até o próximo dia 11, serão exibidos na sala de cinema do IMS, no bairro da Gávea, zona sul do Rio, dez filmes – sete longa-metragens e três curtas – do diretor nascido no Rio de Janeiro em 1897 e morto em Paris em 1982. Embora tenha iniciado a carreira na capital francesa, foi na Inglaterra que ele se destacou, nas décadas de 1930 e 1940, como realizador de diversos gêneros do cinema, de documentários a filmes de horror.

Produzido na França em 1931, o documentário Au Pays du Scalp abre a retrospectiva, que também exibe Pett and Pott, curta realizado no Reino Unido em 1934. O primeiro registra a viagem do explorador belga Marquis de Wavrin pela Floresta Amazônica, nos anos 1920, e o segundo aborda o uso do telefone. O filme é ambientado em um subúrbio inglês.

Para os próximos dias estão programados o documentário Coal Face, de 1935, a comédia Champagne Charlie, de 1944, os dramas Nicholas Nickleby (1946), Nas Garras da Fatalidade (1947) e O Transgressor (1948), o suspense 48 horas (1942) e o terror Na Solidão da Noite, de 1945. São todos filmes da fase inglesa de Cavalcanti, que retornou ao Brasil em 1949 para ser um dos organizadores, em São Paulo, da Companhia Cinematográfica Vera Cruz.

Dois anos depois, Alberto Cavalcanti deixou a Vera Cruz e passou a produzir filmes para outros estúdios, entre eles O Canto do Mar, de 1953, que completa a retrospectiva apresentada agora no Festival do Rio. Nesse período, ele também participou da elaboração do projeto do Instituto Nacional do Cinema (INC). Em 1954, o cineasta retornou à Europa, onde dirigiu mais cinco filmes até 1967, entre eles O Senhor Puntila e Seu Criado Matti, baseado na peça do mesmo nome do dramaturgo alemão Bertolt Brecht.

Três décadas após a morte de Cavalcanti, o Brasil tem hoje vários cineastas dirigindo filmes no exterior, trabalhando tanto para Hollywood, nos Estados Unidos, como para o cinema europeu. São nomes como Walter Salles, Fernando Meirelles e José Padilha, entre outros. O mais novo da lista é o também ator Márcio Garcia, que lança hoje (2), às 22h, em sessão de gala no Cine Espaço Sesc Rio 1, dentro da programação do festival, o longa-metragem Open Road. Do gênero filme de ação, o longa tem produção norte-americana e traz no elenco o cubano Andy Garcia e a brasileira Christiane Torloni.

Os dias e horários dos filmes da retrospectiva de Alberto Cavalcanti podem ser conferidos nos sites do IMS (www.ims.uol.com.br ) e do Festival do Rio (www.festivaldorio.com.br).

 

Edição: Aécio Amado