Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse hoje (25) que não concorda com a tese de que o julgamento da Ação Penal 470, o processo conhecido como do mensalão, esteja sendo politizado.
O ministro comentou conteúdo de nota divulgada na semana passada por seis partidos da base governista: PT, PMDB, PSB, PCdoB, PDT e PRB.
“O que se queixa é de excesso de detalhes, provas existentes [...]. Vocês viram alguma politização ou partidarização? Me parece que não”, disse o ministro a jornalistas, ao chegar ao STF nesta tarde. Mendes ainda criticou o tom da nota dos partidos aliados. “Basta ver as referências que fizeram a dados históricos de 1964 para verificar que, aparentemente, essas pessoas que fizeram a nota estão distantes da realidade”.
O ministro ainda entendeu que a presidenta da República, Dilma Rousseff, foi precipitada ao responder as referências feitas recentemente pelo relator do processo, Joaquim Barbosa, a depoimento que ela deu à Justiça quando era ministra de Minas e Energia. “Imagine se cada vez que um tribunal tiver que se debruçar sobre depoimentos, buscar a interpretação autêntica do depoente [...]. Imagina o que vai representar isso? Isso é apenas um incidente neste processo, um desenvolver de provas e tudo mais. Não tem o menor significado no contexto geral”.
Para Mendes, a interpretação do depoimento da então ministra, Dilma Rousseff, não terá impacto no julgamento da Ação Penal 470, “até porque o depoimento dela vale como todos os outros”.
Edição: Lana Cristina