Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Quase 25 mil pessoas passaram pelo 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, segundo cálculos da organização do evento. Apenas nas mostras competitivas, principal disputa do evento que reuniu 30 produções cinematográficas, entre longas e curtas-metragens, a estimativa é que, diariamente, 1,2 mil pessoas ocuparam os assentos da Sala Villa-Lobos, do Teatro Nacional, que tem capacidade para 1,3 mil pessoas.
Sede provisória do festival este ano, em função de obras no Cine Brasília, tradicional palco da festa de cinema da cidade, o Teatro Nacional abrigou as exibições dos principais filmes nos últimos oito dias.
“Tínhamos boa expectativa de público. Mas, como trouxemos para a Sala Villa-Lobos, não sabíamos se conseguiríamos lotar a sala que tem o dobro de lugares do Cine Brasília, mas tivemos sessões lotadas. O público prestigiou”, avaliou Sérgio Fidalgo, coordenador-geral do evento.
Pelas contas da organização do festival, nas 12 sessões das mostras competitivas, pelo menos 12 mil pessoas acompanharam as exibições. Somadas aos eventos paralelos e às apresentações simultâneas que ocorreram em quatro cidades do entorno da capital do país, a conta de Fidalgo ultrapassa a marca de 25 mil visitantes.
Todos os filmes exibidos na Sala Villa-Lobos foram reproduzidos ao mesmo tempo nas salas do Teatro Newton Rossi, no Sesc de Ceilândia, no Teatro de Sobradinho, no Teatro Paulo Autran, no Sesc Taguatinga e no Sesc do Gama.
“Nessas cidades [do entorno da capital, onde os filmes foram exibidos simultaneamente], estamos ainda no processo de conquistar o público. Tivemos 1,5 mil pessoas nessas sessões. Queremos, a cada ano, ganhar mais público. Estamos proporcionando a eles uma nova forma de ver cinema, com produções diferenciadas”, disse.
Entre os eventos paralelos à principal disputa do festival, o Festivalzinho, voltado para alunos da cidade, lotou a sala de pouco mais de 400 lugares no Teatro Nacional. O Festival de Brasília também manteve os tradicionais debates sobre os filmes e seminários sobre o cinema no país. Na Mostra Panorama Brasil, filmes nacionais variados foram exibidos nas tardes dos últimos oito dias.
Durante dois dias (sábado e domingo), a Sala Martins Pena abrigou a 17ª edição da Mostra Brasília, com disputas entre produções do Distrito Federal. “A Mostra Brasília também foi uma surpresa. O público nem coube na [Sala] Martins Pena, que tem 400 lugares e houve muita concorrência para assistir”, descreveu.
Fidalgo lembrou que, no total, foram inscritos mais de 600 filmes. O número representa um recorde nos últimos 45 anos de festival. “A gente sabe que nem sempre a quantidade reflete a qualidade mas, nesse caso, acho que as comissões de seleção conseguiram formar uma mostra bastante significativa, com filmes autorais de qualidade, que saem um pouco do conhecido previsível. Isso atraiu bastante o público”, avaliou o coordenador do evento.
Para o secretário de Cultura do Distrito Federal, Hamilton Pereira, o festival de cinema mais antigo do país, cumpriu sua tarefa“, com uma boa safra de filmes, que é o mais importante”. Segundo ele, as produções brasilienses conquistaram novamente o aval do público que acompanhou, com grande participação, a mostra específica criada para contemplar o mercado local.
“Hoje, o investimento do Fundo de Apoio à Cultura do DF é o maior - per capita - do país. O estímulo à produção continuará. Este ano, resultou na inscrição de mais de 100 obras [do Distrito Federal nas competições principais do festival], o que significa que estamos em um bom caminho. Ao Estado cabe oferecer condições adequadas para que o talento se expresse”, disse Pereira.
Edição: Graça Adjuto