Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Banco Central (BC) revisou a projeção de investimento estrangeiro direto (IED), que vai para o setor produtivo no país, este ano, de US$ 50 bilhões para US$ 60 bilhões. No ano passado, o IED ficou em US$ 66,66 bilhões.
De janeiro a agosto, entraram no país US$ 43,175 bilhões em investimento direto, ante US$ 44,080 bilhões de igual período de 2011. Somente em agosto, o IED chegou a US$ 5,034 bilhões, acima da projeção para o mês (US$ 4 bilhões).
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, o IED deve fechar o ano em 2,61%, ante 2,12% previstos anteriormente.
Segundo as projeções do BC, o IED será mais do que suficiente para cobrir o resultado negativo das transações correntes do Brasil com o exterior. A estimativa de déficit em transações correntes para este ano é US$ 53 bilhões. O saldo negativo em conta-corrente deve corresponder a 2,31% do PIB, contra 2,38% previstos anteriormente.
“Em termos de investimento estrangeiro direto, o país se consolidou como receptor e isso reflete o diferencial da economia brasileira em relação à de outros países neste momento [de crise econômica externa]. Isso reflete naturalmente os fundamentos macroeconômicos sólidos, uma demanda doméstica fortalecida nos últimos anos”, disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.
Para setembro, a projeção do BC é que o IED chegue a US$ 4 bilhões. Neste mês, até o dia 21, foram investimentos no setor produtivo do país US$ 2,521 bilhões.
O IED é considerado a melhor forma de financiamento por ser de longo prazo. Outra forma de financiamento do saldo negativo é a entrada de investimentos em ações e em títulos de renda fixa, além de empréstimos.
A projeção do BC para o investimento estrangeiro em ações negociadas em bolsas de valores no Brasil e no exterior passou de US$ 8 bilhões para US$ 7 bilhões. A estimativa de ingresso líquido de investimento em títulos de renda fixa negociados no país subiu de US$ 3 bilhões para US$ 5 bilhões.
Edição: Juliana Andrade