Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O público que marca presença no 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro vai conhecer na noite de hoje (24) a decisão dos jurados sobre quais foram os melhores filmes entre os que disputaram as cinco categorias do evento. Os prêmios das mostras competitivas somam R$ 635 mil.
A disputa não deve ser decidida com facilidade. Na opinião do público ouvido ao longo dos últimos dias, as produções inéditas surpreenderam em qualidade, emocionaram e arrancaram gargalhadas e aplausos durante as sessões.
“Acho que este ano, os filmes estão ainda melhores. Não gosto muito da divisão dos documentários e ficção [de longas-metragens, criada este ano]. Mas é maior oportunidade de ter mais longas nas mesmas noites”, avaliou Andre Sanchez Natale, editor, montador e estudante de audiovisual.
Os nomes dos vencedores serão divulgados na Sala Villa-Lobos, do Teatro Nacional, mesmo local que abrigou as exibições da edição deste ano do festival que, tradicionalmente, é realizado no Cine Brasília. A mudança, que é provisória, foi feita em função das obras que interditaram a principal sala de cinema da capital. A novidade dividiu opiniões entre o público e os comerciantes.
A funcionária pública Carolina Azevedo de Almeida enumerou as vantagens da sede provisória do evento. “É mais central, fica perto da rodoviária que é bom para as pessoas que não têm carro. Além disso, a sala é maior”.
Mesmo reconhecendo os aspectos positivos do Teatro Nacional, frequentadores assíduos do evento como a psicóloga Nara Vieira são categóricos em relação ao Cine Brasília. “Já deu saudade de lá. Aquele cinema é incrível. Tem que voltar para lá”.
Quem trabalhou do lado de dentro da Sala Villa-Lobos precisou se esforçar mais do que durante as exibições realizadas no Cine Brasília. Marileuza Barbosa Pires, que tinha que orientar o público sobre assentos, por exemplo, disse que, desta vez, o cansaço foi um pouco maior, mas admitiu que “foi ótimo” trabalhar na edição deste ano. “O melhor é ver todo mundo feliz, os atores e públicos com tantos estilos diferentes”, explicou.
Do lado de fora, comerciantes tradicionais de edições anteriores do Festivais de Brasília lamentavam o público que, segundo eles, estava reduzido.
“Achei fraco, e acho que é por ser tradição lá [no Cine Brasília]. Tem menos pessoas, mas aqui é mais bonito. Era para ter mais gente porque é junto da rodoviária”, disse Dinalva Paixão dos Santos, a baiana do acarajé conhecida há 15 anos pelo público do evento.
O comerciante Marco Antônio Alves da Costa calcula que vendeu menos da metade do que geralmente contabiliza no Cine Brasília. “Lá é muita gente, o povo indo e voltando, era briga por estacionamento porque não tinha vaga para tanta gente. Acho que deste espaço aqui, o povo não gosta”.
Edição: Davi Oliveira
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