Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A greve dos bancários, que estão parados há sete dias, deve se intensificar esta semana na capital paulista, informou hoje (24) o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região. A decisão de ampliar o movimento foi tomada, porque a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ainda não apresentou nova proposta à categoria, justificou Juvandia Moreira, presidenta do sindicato. Uma assembleia marcada para hoje, às 16 horas, na sede do sindicato, no centro da capital, vai discutir a paralisação.
“Estamos parando áreas estratégicas. Não é só a quantidade de funcionários paralisados que conta. Hoje, por exemplo, está parada a área de tecnologia”, explicou a presidenta. Ela informou que na última sexta-feira (21) foram interrompidos os serviços da central de atendimento por telefone. O último balanço da greve, feito pelo sindicato na sexta-feira passada, aponta adesão de 35 mil dos 138 mil funcionários de São Paulo, Osasco e mais 15 municípios da região.
Os bancários reivindicam aumento real de 5%, além da inflação. “O setor mais rentável do país nos propõe aumento real de 0,58%, o que é inadmissível”, disse a sindicalista. Além do reajuste, a pauta de reivindicações inclui: vale-alimentação no valor do salário mínimo (R$ 622) e piso salarial no patamar do salário mínimo estipulado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que é R$ 2.519, para julho. “Nosso piso é R$ 1.400”, comparou Juvandia.
Em nota, a Fenaban informou que a proposta dos bancos foi apresentada às lideranças sindicais no dia 28 de agosto, “contendo reajuste salarial de 6%, correspondente à reposição da inflação e aumento real, que corrigirá salários, pisos, benefícios e Participação nos Lucros e Resultados (PLR).” De acordo com a federação, pela proposta, o piso salarial para bancários que exercem a função de caixa passará para R$ 2.014,38, com jornada de seis horas.
A Fenaban relata que aguarda a indicação, por parte das lideranças sindicais, de quais pontos da proposta precisariam ser alterados, dando prosseguimento à negociação. Segundo Juvandia Moreira, os itens da proposta a serem ajustados já foram indicados para a federação, porém não houve retomada do diálogo. Não há previsão de nova rodada de negociação.
Edição: Carolina Pimentel