Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Com a greve dos bancários em todo o país, o Procon de São Paulo (Procon-SP) alerta que o consumidor não está desobrigado de pagar faturas, contas, boletos bancários ou outros tipos de cobrança. Com as agências bancárias fechadas, clientes podem usar os terminais de auto atendimento, que continuam funcionando. Entretanto, as empresas credoras devem oferecer outras formas e locais para o pagamento, segundo o Procon-SP.
Outra orientação é que o consumidor entre em contato com as empresas para solicitar demais opções de pagamento. O pedido deve ser documentado, seja por e-mail ou número de protocolo de atendimento, para o caso de posterior reclamação. Caso o consumidor se sinta prejudicado pela greve dos bancários, pode fazer uma reclamação no Procon de sua cidade.
A entidade orienta ainda que não sejam cobrados encargos do consumidor e nem que o nome do consumidor seja enviado aos serviços de proteção ao crédito.
Na capital paulista, 13 mil bancários aderiram à greve por tempo indeterminado, de acordo com balanço na manhã de hoje (18) do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A paralisação começou na região central e nas principais áreas financeiras da cidade, como na Avenida Paulista e na Brigadeiro Faria Lima. Na Avenida Paulista, pelo menos, 27 agências estão fechadas.
De acordo com o sindicato, são quase 500 mil bancários em todo o Brasil, sendo138 mil filiados ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. A greve nacional foi decidida em assembleia na noite de ontem (17). No ano passado, a paralisação da categoria durou 21 dias.
Segundo a presidenta do sindicato, Juvandia Moreira, as negociações ocorrem desde o dia 1º de agosto, quando a pauta de reivindicações foi apresentada pela categoria. “Foram nove rodadas de negociação, durante 45 dias, até a assembleia do dia 12, que aprovou a greve e quando não tínhamos mais alternativa. A greve acaba quando os bancos colocarem uma proposta razoável que fale com as reivindicações dos bancários. Eles podem acabar com esta greve, basta querer.”
Os bancários reivindicam reajuste salarial de 10,25% - com 5% de aumento real - além de plano de carreira, maior participação nos lucros e resultados e mais segurança nas agências bancárias. A proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) foi 6% de reajuste salarial.
Conforme Juvandia Moreira, há preocupação também com a grande quantidade de demissões nos bancos privados. “Nós sentimos que nas agências está faltando funcionário, a população enfrenta filas, os funcionários estão sobrecarregados de trabalho, mal conseguindo fazer o horário de almoço. Vemos um movimento inverso dos bancos, eliminando postos de trabalho.”
Em nota, a Fenaban disse que lamenta a decisão dos sindicatos dos bancários de paralisar os serviços e ressaltou que confia no diálogo para a elaboração da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria por meio das negociações. De acordo com a nota, a Fenaban intensificou a discussão com os trabalhadores a respeito das cláusulas sociais e econômicas, além de apresentar uma proposta em 28 de agosto.
“A Fenaban reitera que confia no diálogo, porque somente a aproximação das expectativas na mesa de negociações permite alcançar os entendimentos necessários ao fechamento do acordo e renovação da convenção coletiva de trabalho entre bancos e bancários,” diz a nota.
Como agir durante a greve nos bancos:
*Fonte: Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Banco Central, Sistema de Proteção ao Consumidor (SPC), Serasa.
Edição: Carolina Pimentel