Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Duas passagens de uma frente fria com fraca intensidade ajudaram a quebrar o desconforto do ar muito seco na região leste do estado de São Paulo, mas persiste o cenário de falta de chuvas significativas, principalmente, no interior. Na capital, os índices pluviométricos ficaram abaixo de 1 milímetro, e em todo o estado não chove há 57 dias.
É o mesmo número de dias sem chuva registrado em 1994, com chances de se atingir ou até mesmo superar a pior seca dos últimos 37 anos. De acordo com a série histórica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em 1975 o período de estiagem durou 60 dias.
O recorde ocorreu em 1985, com 78 dias. Além de seco, o inverno deste ano é o mais quente dos últimos sete anos, com a temperatura em 1,5 grau Celsius (ºC) acima da média. Em 2005, foi registrado 1,8 ºC acima da média e o recorde se deu em 2002, quando a marca chegou a 2,4 ºC.
A meteorologista Neide Oliveira, do Inmet, avalia ser comum a estiagem prolongada entre o começo do inverno até este período que antecede a primavera, mas não com temperaturas elevadas que ressecam o ar.
No último domingo (9), a cidade de São Paulo registrou o recorde de calor deste inverno, com os termômetros indicando 33,3 ºC. A média de chuva para setembro é de 74,8 milímetros e até agora não há registro nas estações meteorológicas, porque os índices ficaram abaixo de 1 milímetro.
Entre hoje (13) e o próximo domingo (16), um vento marítimo deve se espalhar por algumas áreas da região Sudeste, segundo informou Ludmila Souza, meteorologista do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Deveremos ter mais umidade no ar com nebulosidade no começo da manhã e ar mais seco à tarde, com possibilidades de chuva fraca de forma isolada nas faixas litorâneas de São Paulo, Rio de Janeiro e norte do Paraná, mas ainda com o predomínio de dias ensolarados”, prevê ela.
Por causa desse período de longa estiagem, os moradores da cidade de São Paulo têm enfrentado o desconforto de ar muito seco e poluição. Mas, hoje (13) a umidade relativa do ar estava em 88% no começo do dia, com previsão de ficar em torno de 60% no período da tarde, nível mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Já em relação ao abastecimento de água, por enquanto não há risco de racionamento, conforme garantiu a Sabesp, empresa responsável pelo tratamento e distribuição. De acordo com a empresa, a produção média atingiu 2,5 metros cúbicos por segundo, no último mês de agosto, com um aumento de 3,5% sobre o volume do mesmo mês, em 2011.
Edição: Davi Oliveira