Enviado das Nações Unidas e da Liga Árabe diz que missão na Síria é quase impossível

03/09/2012 - 10h05

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O novo enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe à Síria, Lakhdar Brahimi, disse hoje (3) estar “muito pessimista” em relação à missão no país. Ele assumiu a função em substituição a Kofi Annan, que renunciou depois de fracassarem seus esforços em busca de um cessar-fogo e do fim da violência na Síria, que já dura 18 meses, e deixou mais de 20 mil mortos, segundo organizações não governamentais (ONGs).

Brahimi disse que sua tarefa de buscar o fim para a violência é uma missão  ''quase impossível''. “Assumo esse trabalho com os olhos abertos, sem ilusões. Sei o quanto é difícil, quase impossível. Não posso dizer impossível, [mas] quase impossível”, disse ele.

Em seguida, Brahimi acrescentou: “Estou assustado pelo peso da responsabilidade. As pessoas dizem que há mortos e [estão a se perguntar] o que estamos a fazer”. Segundo ele, o governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, é “intransigente”.

Segundo o enviado especial, uma transição política na Síria é “fundamental e urgente”, mas ressalvou que “a mudança não deve ser cosmética”. Desde julho, as forças do governo e integrantes da oposição intensificaram os confrontos no país, sobretudo em Damasco, a capital.

Oposição e governo disputam espaço político na Síria. Para a oposição, Assad deve renunciar e promover a transição política, além de um cessar-fogo imediato e o fim da violência. O presidente sírio alega que forças estrangeiras incitam a instabilidade na Síria.


*Com informações da BBC Brasil () e da agência pública de notícias de Portugal, Lusa // Edição: Juliana Andrade