Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, condenou hoje (30) em Teerã, no Irã, os que negam que o Holocausto ocorreu e o direito de Israel existir. A afirmação foi feita na abertura da 16ª Cúpula dos Países Não Alinhados. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, negou, em várias ocasiões, a existência do Holocausto e do Estado de Israel. Ahmadinejad estava presente ao evento no momento em que Ban Ki-moon discursou.
“Rejeito firmemente qualquer ameaça de um Estado-Membro [da ONU] de destruir outro, ou os comentários depreciativos negando fatos históricos como o Holocausto”, disse o secretário. “Alegar que outro membro da ONU não tem o direito de existir ou descrevê-lo em termos racistas é não só totalmente errado como enfraquece os princípios que todos prometeram defender”.
A expressão Holocausto se refere às tragédias ao longo da história. Uma das mais expressivas foi o extermínio, em campos de concentração, durante a 2ª Guerra Mundial, quando judeus, ciganos, homossexuais e todos os críticos do regime nazista foram torturados e mortos.
“Uma guerra de palavras pode transformar-se rapidamente em uma espiral de violência. O ruído pode facilmente tornar-se derramamento de sangue. É a hora de todos os líderes usarem as suas vozes para diminuir e não aumentar as tensões”, apelou o secretário-geral da ONU.
Paralelamente, Ban Ki-moon pediu que o Irã colabore com o Conselho de Segurança e siga as orientações para o desenvolvimento do seu programa nuclear. “No interesse da paz e da segurança na região e no mundo, peço ao governo iraniano que tome as medidas necessárias para restabelecer a confiança internacional em relação ao caráter exclusivamente pacífico do seu programa nuclear”, disse ele.
De acordo com os organizadores da cúpula, 29 chefes de Estado e de Governo participam do evento, incluindo os representantes do Afeganistão, da Índia, do Iraque, Líbano, Paquistão, Sudão, Catar e Zimbabue. No total, 107 países estão representados. O Brasil é apenas observador da cúpula.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.
Edição: Graça Adjuto