Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Afirmando ser inocente em todas as acusações envolvendo corrupção e desvio de recursos públicos, o ex-presidente da Argentina Fernando de La Rúa (1999-2001), de 74 anos, negou ontem (28), na Justiça, que pagou propinas e subornos para a aprovação de uma nova legislação trabalhista no país. "Eu exerço aqui minha defesa para esclarecer e provar minha inocência e a ausência de fatos", disse ele.
O processo, que começou este mês, é considerado histórico. É o segundo caso de julgamento de um ex-presidente argentino, desde a ditadura militar. O primeiro foi o ex-presidente Carlos Menem (1989-1999) pela acusação de contrabando de armas à Croácia e ao Equador. Menem foi absolvido.
De La Rúa disse ontem (28) que as acusações contra ele são “absurdas” e baseadas em "mentiras grosseiras e contradições". Ele usou o direito de defesa por cerca de uma hora e meia. O julgamento do processo contra o ex-presidente será retomado no dia 10, quando será iniciada a fase questionamentos da acusação e defesa.
O processo ocorre no Tribunal Oral 3, de Buenos Aires, e o julgamento é conduzido por três juízes: Gerardo Larrambebere, Pons Miguel e GuillermoGordo. Diante dos magistrados, o ex-presidente disse que estava ali para defender a ele e a sua família. “Estou consciente que defendo a instituição da Presidência da República”, completou.
De La Rúa disse que o processo causou "sofrimento" e reclamou de ter sido investigado "à luz das câmeras de televisão." "Acreditem em mim: tenho pacientemente suportado uma longa lista de acusações e mentiras", queixou-se.
*Com informações da agência pública de notícias da Argentina, Telam.
Edição: Talita Cavalcante