Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O projeto Cidade Inteligente Búzios, listado no relatório global Infraestrutura 100: Cidades Mundiais, apresentado pela empresa de consultoria internacional KPMG na Cúpula das Cidades do Mundo, em Cingapura, em julho deste ano, quer compartilhar com o setor acadêmico o conhecimento adquirido por meio das novas tecnologias. Essas tecnologias já estão sendo implementadas entre os 10.363 consumidores das classes residencial, comercial e industrial de Armação de Búzios, cidade da Região dos Lagos, visando a tornar o consumo de energia mais eficiente.
O compartilhamento do conhecimento é considerado essencial para que os resultados do projeto possam beneficiar a sociedade como um todo. Para isso, três universidades fluminenses – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foram as primeiras do estado a firmar convênios de cooperação com a Endesa Brasil, holding do setor elétrico brasileiro, para o projeto Cidade Inteligente Búzios.
O gerente de Inovação da Ampla, controlada pela Endesa, Vitor Santos, disse hoje (27) à Agência Brasil que os convênios têm o objetivo de “compartilhar o conhecimento e os resultados gerados pelo projeto, que está tratando da fronteira tecnológica, que são as redes inteligentes e, consequentemente, as cidades inteligentes”. Segundo Santos, para que esse conhecimento tenha resultado efetivo para toda a sociedade, ele precisa ser compartilhado. “Não adianta ficar só na empresa”. Nesse aspecto, ressaltou que a comunidade acadêmica é fundamental.
O projeto prevê o desenvolvimento de um novo modelo para o gerenciamento de energia no Brasil, tornando Armação de Búzios referência em consumo de energia para a América do Sul. Os investimentos somam R$ 40 milhões, dos quais em torno de R$ 18 milhões são oriundos do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Vitor Santos informou que outro ponto importante dos convênios é conseguir incluir na grade curricular das universidades disciplinas relativas às redes inteligentes. A intenção é formar novos profissionais para esse mercado futuro. Os convênios preveem também a realização de dois concursos, em 2013 e 2014, para eleger os melhores trabalhos técnicos e científicos sobre o tema,de alunos e seus orientadores. A primeira premiação está programada para dezembro do próximo ano.
Sete universidades (Universidade Federal Fluminense-UFF, Universidade Católica de Petrópolis - UCP; Universidade Veiga de Almeida-UVA; Instituto Militar de Engenharia-IME; Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca-CEFET-RJ; Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro-UFRRJ; e a Fundação Getulio Vargas-FGV) mostraram-se interessadas em assinar os convênios. “A expectativa é que nós tenhamos, até o final de setembro, no máximo, dez universidades conveniadas”, disse o gerente de Inovação da Ampla.
Os estudantes e professores terão acesso aos relatórios e informações sobre o Cidade Inteligente Búzios. Eles farão visitas técnicas ao Centro de Monitoramento e Pesquisa da Ampla, que acompanha as tecnologias novas que estão sendo implementadas, bem como às instalações do projeto. Vitor Santos espera que os convênios sirvam para firmar o conhecimento sobre as redes inteligentes e possam contribuir para solucionar desafios técnicos do projeto.
Admitiu, ainda, que os autores dos melhores trabalhos, nos níveis de graduação e pós-graduação das universidades, têm chances de serem contratados pelas empresas do setor de energia nacional. “A empresa, como qualquer outra no Brasil, busca talentos”, disse. Acrescentou que o vencedor de um concurso desse porte “já é um talento que desponta no radar não só da Ampla e da Endesa, mas de qualquer empresa do Rio de Janeiro ou do Brasil”.
A Ampla distribui energia elétrica para 66 municípios do Rio de Janeiro, abrangendo 73% do estado.
Edição: Aécio Amado