Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, negou hoje (23) que faltem medicamentos ou insumos médicos por causa da greve dos funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele atribuiu eventuais atrasos na entrega dos produtos a outros problemas na relação entre fornecedores, indústria e unidades de saúde.
“Dos casos apresentados de ontem para hoje [de falta de medicamentos ou insumos], nenhum tem qualquer tipo de relação com retenção de cargas pela Anvisa. A agência vai continuar a fazer um monitoramento diário com o setor privado e quando este informar qualquer situação [de problema] que possa existir, a Anvisa estabeleceu um fluxo prioritário, com remanejamento de servidores e envio do procedimento para Brasília, se necessário, para que não exista interrupção no abastecimento de medicamentos e insumos essenciais na área da saúde pública”, disse o ministro, durante coletiva realizada no prédio do Hospital Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio.
Padilha citou casos noticiados nos últimos dias e destacou que nenhum deles tem relação com problemas de liberação pela Anvisa. Segundo o ministro, a falta do medicamento oncológico Xeloda, no Hospital A. C. Camargo, em São Paulo, está relacionada com a diminuição dos estoques mundiais do produto por conta da redução da oferta de um de seus componentes.
A falta de kit de diagnóstico para o banco de sangue do município de Jataí (GO), segundo Padilha, foi devido ao processo licitatório da Secretaria de Saúde de Goiás. A ausência do medicamento Azukon 30 mg, no município de Limeira (SP), ocorreu por falha do fornecedor contratado e pelo atraso no pedido de licença de importação.
No caso do Hospital Federal do Andaraí, no Rio de Janeiro, o ministro disse que a falta de dois medicamentos – Poliximina B e Docetaxel – também deveu-se a problemas burocráticos e de mudança no procedimento de compra, o que gerou atraso na entrega.
Padilha fez um apelo aos organismos do setor de saúde para que informem imediatamente à Anvisa sobre problemas no fornecimento de remédios e insumos, para que se esclareçam as situações e sejam tomadas providências.
“Qualquer caso concreto que possa estar sendo utilizado como pretexto de que haja retenção de cargas pela Anvisa, é muito importante que seja informado à agência, para que ela esclareça a situação e determine a resolução do problema.” O número da Anvisa para informações e reclamações é 0800 642 9782.
Edição: Fábio Massalli