Kelly Oliveira*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O investimento estrangeiro direto (IED), que vai para o setor produtivo da economia, chegou a US$ 8,421 bilhões, em julho, segundo dados divulgados hoje (23) pelo Banco Central (BC).
O resultado superou a projeção do BC de US$ 7 bilhões para o mês e é o maior desde dezembro de 2010, quando foram investidos US$ 15,374 bilhões no país. O resultado também é o maior para meses de julho, segundo a série histórica do BC, iniciada em 1995. Em julho de 2011, o IED ficou em US$ 5,982 bilhões.
De janeiro a julho, o IED acumula US$ 38,141 bilhões, ante US$ 38,484 bilhões de igual período do ano passado. Para o ano, a projeção do BC é que sejam investidos no país US$ 50 bilhões. Mas a tendência é de revisão dessa estimativa para cima, segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. No ano passado, o IED ficou em US$ 66,66 bilhões.
O IED foi mais que suficiente para o cobrir o déficit em transações correntes, saldo negativo das compras e vendas de mercadorias e serviços do Brasil com o mundo, que chegou a US$ 3,766 bilhões, em julho, e acumulou US$ 29,108 bilhões nos sete meses do ano.
“O investimento estrangeiro direto mais uma vez surpreendeu. Estamos caminhando para uma situação em que o déficit em transações correntes é integralmente financiado pelo investimento estrangeiro direto, a melhor forma de financiamento [por ser de longo prazo]”, disse Maciel.
Para Maciel, os “fundamentos macroeconômicos brasileiros” favorecem os investimentos estrangeiros no país, porque geram confiança.
De acordo com Maciel, o IED “tem se mostrado bastante disseminado entre os setores”, ao longo do ano, mas no mês de julho houve maior concentração no setor de serviços financeiros (bancos), que subiram de US$ 577 milhões em julho de 2011 para US$ 3,198 bilhões, no mês passado.
Para este mês, a projeção de IED é US$ 4 bilhões. No mês, até o último dia 21, o IED somou US$ 2,3 bilhões.
* Matéria atualizada // Edição: Lílian Beraldo