Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Uma comissão interministerial de inquérito, nomeada pelo presidente da África do Sul, Jacob Zuma, vai investigar o episódio que resultou em 34 mortes de trabalhadores da mina de platina de Marikana, no Noroeste do país, no último dia 15. Inicialmente, o governo chegou a anunciar 36 mortes. A comissão será presidida pelo ministro da Presidência [o equivalente à Casa Civil], Collins Chabane, e é formada por mais 11 ministros.
De acordo com o governo, o primeiro trabalho é prestar assistência às famílias das vítimas, incluindo apoio para aconselhamento psicológico e os preparativos e custos dos enterros. As atividades da comissão começam hoje (20) em Marikana, onde está a mina da empresa Lonmim - a maior produtora de platina do mundo.
As mortes ocorreram em meio a conflitos entre os trabalhadores e policiais que tentavam contê-los durante protesto. Em greve, os mineiros revindicavam aumento salarial de 12% e melhorias nas condições de trabalho. Imagens registradas pelas emissoras de televisão mostraram que os trabalhadores foram atacados com armas de fogo, enquanto tentavam se defender com paus e pedras.
Os mineiros estão em greve desde o último dia 10. Ontem (19), os trabalhadores da Lonmim se recusaram a voltar ao trabalho. Segundo eles, o retorno às atividades era um um insulto aos mortos. Nos bairros de mineiros, em torno de Marikana, o clima de tensão predomina. Os relatos são que além dos mortos, ainda há feridos hospitalizados. No dia 15, 78 pessoas ficaram feridas nos conflitos.
Parte da imprensa sul-africana diz que o ex-líder da Juventude do Partido no Poder (o Congresso Nacional Africano) Julius Malema contribuiu para aumentar a tensão ao apelar aos trabalhadores que "intensifiquem a luta" e responsabiliza Zuma pelos acontecimentos.
*Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa.
Edição: Graça Adjuto