Da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Membros de sindicatos, cooperativas de transportes alternativos e motoristas de vans fizeram, na tarde desta quarta-feira (15), uma assembleia em frente à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia, no centro da cidade, com objetivo de chamar a atenção da Secretaria Municipal de Transportes para a licitação do transporte alternativo para pessoas físicas.
Desde a madrugada, a categoria suspendeu o serviço aos usuários de transporte alternativo e iniciou protesto que causou dificuldades ao trânsito da cidade durante toda a manhã.
Os motoristas reivindicam ainda que a prefeitura do Rio faça a demarcação de locais de paradas dos veículos, além permitir que as vans utilizem os corredores expressos, que são utilizados apenas pelos ônibus. Eles pedem também que todos os veículos sejam adaptados para o Bilhete Único Carioca, que garante ao usuário pegar até duas conduções pagando apenas o valor de uma passagem.
Para o diretor da Organização das Cooperativas do Estado do Rio, Vinícius de Oliveira, a grande preocupação da categoria é a quantidade de licitações que serão autorizadas pela Secretaria Municipal de Transportes. “Até então, o diálogo com o governo era o de se manter o máximo de vagas possível, quando ele [governo] disse que iria reduzir isso para um terço. Categoria nenhuma iria aceitar calada, vai lutar até o final”, declarou.
Segundo Oliveira, todos os dias são transportados cerca de 1,8 milhão de passageiros por meio do transporte alternativo na cidade. De acordo com ele, ao todo são 6 mil veículos legalizados circulando pela cidade todos os dias. Ele informou que amanhã (16), representantes da categoria vão se reunir com o secretário de transportes do município, Alexandre Sansão, para discutir as reivindicações da categoria.
Durante a assembleia, todos os presentes colocaram seus nomes em um livro, que será entregue ao secretário do município, junto com as demais reivindicações. O motorista Milton Pereira de Araújo, de 55 anos, falou da importância do transporte alternativo para os motoristas. “Nós temos compromisso de pagar as prestações do nosso carro. Têm vários chefes de família que dependem daquele dinheiro. Nós somos profissionais”, disse ele, que há 15 anos trabalha com transporte alternativo.
A movimentação dos motoristas começou bem cedo, às 4h da madrugada desta quarta-feira (15), pegando os usuários do transporte alternativo de surpresa. Pelo menos 6 mil vans e kombis foram estacionadas em frente ao Estádio Jornalista Mario Filho (Maracanã), na zona norte. De lá, todos seguiram em direção ao Parque do Flamengo, zona sul, provocando grande congestionamento no trânsito da cidade.
A paralisação, que se estendeu até às 16h30, chegou ao fim após a realização da assembleia, que durou cerca de uma hora. Com o fim do protesto, os motoristas seguiram em direção ao Aterro do Flamengo, onde os veículos ficaram estacionados do lado direito da pista que liga o centro do Rio à zona sul carioca, causando nova lentidão no trânsito, segundo o centro de operações da prefeitura do Rio.
De acordo com o órgão, desde o início da madrugada de hoje (15), a prefeitura colocou 200 homens da Guarda Municipal e da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio (CET-Rio) para orientar os motoristas nas principais vias da cidade. Devido à carreata, o trânsito ficou difícil durante a manhã. O protesto seguiu do Maracanã em direção à Cinelândia, percorrendo as avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, trafegando em velocidade reduzida.
Como forma de amenizar os transtornos causados aos usuários de transporte público, a Supervia, concessionária que administra o sistema ferroviário no estado, informou que a segurança nas estações foi reforçada para que o passageiro tenha uma volta para casa tranquila. Segundo a concessionária, durante todo o dia, foi registrado um aumento considerável no número de embarques no sistema.
De acordo com a Guarda Municipal, cerca de duas mil pessoas participaram do ato na Cinelândia. No entanto, segundo os organizadores, ao todo, foram seis mil. A Policia Militar informou que, durante toda a carreata, não foi registrado nenhum incidente envolvendo os manifestantes.
Edição: Davi Oliveira