Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O defensor do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) no processo do mensalão, Luiz Francisco Corrêa Barbosa, acredita que, no final, o julgamento dos réus acusados de envolvimento no esquema vai “gerar um festival de absolvições”. Para o advogado, as provas colhidas pelo Ministério Público Federal (MPF) são precárias.
Em relação ao seu cliente, Barbosa disse que Jefferson foi denunciado para ser silenciado. “Roberto Jefferson é acusado aqui só para não abrir aquela sua boca enorme. Crime ele não praticou”.
Tendo também criticado a ausência do nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da peça de acusação de autoria do MPF, Barbosa acusou hoje (13) o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de ser omisso em relação à suposta participação de Lula no mensalão. Segundo o advogado, Gurgel quer "jogar o povo contra o Supremo Tribunal Federal (STF)", Corte que julga os réus acusados de envolvimento no esquema.
Barbosa disse que, em abril de 2011, o procurador regional Manuel Pastana protocolou, na Procuradoria-Geral da República, uma notícia crime com o objetivo de incluir o nome de Lula na ação penal. No entanto, segundo ele, Gurgel não tomou nenhuma atitude a respeito. “Sabemos que há três possibilidades: ou ele pede diligências, ou ele denuncia ou ele pede o arquivamento. Isso no prazo de 15 dias. Pede arquivamento a essa Corte [STF] e não à sua gaveta.”
O advogado acrescentou que Gurgel está sendo demandado por crime de omissão no Senado Federal, por iniciativa do senador Fernando Collor (PTB-AL). “Nunca houve na história da República um procurador-geral que tenha sido demandado por um crime de omissão, o senhor [Gurgel] é o pioneiro”, disse o advogado dirigindo-se ao procurador-geral, que acompanha diariamente o julgamento desde o início, no dia 2.
Para Barbosa, o MPF não conseguiu provar o esquema do mensalão. “Para este Tribunal condenar, ele precisa de provas. [Gurgel] Está se dirigindo à galera, ao povo que quer sangue. Está fazendo isso porque não está fazendo o seu trabalho. […] Isso sem falar no caso Demóstenes-Cachoeira, em que ele [Gurgel] ficou três anos sentado sobre. ”
Edição: Lana Cristina