Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Com cerca de 30% dos 7 mil servidores em greve, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está tendo dificuldades em manter a divulgação dos dados completos de algumas de suas pesquisas. Depois da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) de junho não contar com dados do Rio de Janeiro, hoje (8) o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) não trouxe dados da Paraíba por causa da greve.
Segundo a presidenta do IBGE, Wasmália Bivar, não é possível dizer se as próximas pesquisas serão divulgadas de forma incompleta, mas garantiu que os 70% dos servidores que não aderiram à greve estão tentando manter a divulgação completa das pesquisas.
“O que eu me comprometo, e acho que esse tem que ser o compromisso do IBGE com a sociedade brasileira, é que estamos cotidianamente trabalhando para a obtenção dessas informações. O IBGE acompanhará todas essas questões e vamos trabalhar para que todas as informações fundamentais sejam divulgadas”, disse Wasmália.
A presidenta do IBGE disse não acreditar que a greve prejudicará a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), pesquisa econômica mais importante do IBGE, relativo ao segundo trimestre deste ano, que está prevista para o final deste mês. “O grosso das informações do PIB já está disponível e nós vamos divulgar as contas nacionais em 31 de agosto integralmente”, disse.
A divulgação do índice é importante, pois o PIB, que significa a soma das riquezas do país (produtos e serviços), mede o crescimento do país e, a partir desses resultados, são adotadas políticas econômicas e públicas.
Segundo Wasmália, se os dados da Pesquisa Mensal de Emprego, por exemplo, não estiverem disponíveis até o fechamento do levantamento do PIB, o IBGE buscará outras fontes de informação para complementar a pesquisa.
Wasmália disse que o IBGE apoia 80% das reivindicações dos grevistas, inclusive a necessidade de reajuste salarial. Quanto à contratação de servidores, o IBGE já solicitou, em maio deste ano, abertura de concurso público para contratação de 1.600 servidores nos próximos quatro anos. Apesar disso, o IBGE está descontando os dias não trabalhados dos mais de mil servidores grevistas.
Edição: Fábio Massalli