Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Às vésperas de promover uma reunião com líderes de países asiáticos, africanos e latino-americanos sobre a situação na Síria, o governo do Irã convidou o Brasil. Porém, não serão enviados emissários brasileiros para a reunião de amanhã (9), em Teerã. O Brasil argumenta que prioriza as discussões multilaterais e não as paralelas sobre os conflitos, que duram 17 meses, na região.
Para as autoridades brasileiras, a Organização das Nações Unidas (ONU) é o ambiente para debater o tema. No mês passado, em Paris, na França, houve uma reunião do grupo Amigos da Síria, que apoia a oposição ao governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, e o Brasil não enviou representantes. Na prática, o governo brasileiro evita participar de discussões paralelas.
A presidenta Dilma Rousseff, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e a representante do Brasil na ONU, embaixadora Maria Luiza Viotti, defendem a busca por uma solução pacífica e negociada para os conflitos na Síria. O Brasil é contrário à ingerência externa na transição política na Síria e apoia o plano de paz negociado pela Nações Unidas e pela Liga Árabe.
As autoridades do Irã anunciaram hoje (8) que a ideia é reunir representantes de pelo menos 15 países da Ásia, África e América Latina. Por enquanto, são aguardadas as confirmações. Oficialmente, o governo iraniano informou que o objetivo da reunião é discutir de forma realista os acontecimentos na Síria. Não há previsão de a ONU enviar emissários para a reunião em Teerã.
O Irã é um dos parceiros mais leais ao regime Assad, assim como os governos da China e da Rússia. Os iranianos resistem à imposição de sanções e eventuais restrições à Síria em decorrência da repressão e da onda de violência na região. A estimativa de organizações não governamentais é que mais de 20 mil pessoas tenham morrido no país.
Há menos de um mês, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, anunciou que deixará o cargo no final do mês. Annan tentou negociar o fim da onda de violência e a busca por um acordo de paz na Síria desde a eclosão dos protestos em 2011, mas não teve sucesso. O enviado também pediu o apoio do Irã nas negociações com a Síria.
Edição: Juliana Andrade