Defesa de Geiza Dias reforça tese de que ela apenas cumpria ordens ao repassar verbas do mensalão

07/08/2012 - 17h52

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O quarto dia de julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) foi retomado após intervalo de meia hora, com a defesa da ré Geiza Dias. Ela era gerente financeira da empresa de publicidade SMP&B Comunicação e é acusada de gerir, administrativamente, a arrecadação e o repasse de verbas do mensalão.

Geiza está sendo defendida pelo advogado Paulo Sérgio Abreu e Silva, que ocupou a tribuna mais cedo para falar a favor do advogado das empresas do publicitário Marcos Valério, Rogério Tolentino. A principal linha de defesa de Geiza é que ela era apenas uma funcionária da SMP&B e que não tinha nenhum poder decisório, apenas executando as ordens de Marcos Valério e seus sócios.

Essa é a mesma linha seguida pela defesa de Simone Vasconcelos, que era diretora administrativo-financeira da SMP&B. Seu advogado, Leonardo Yarochewsky, foi o último a falar antes do intervalo, abrindo caminho para a defesa de Geiza, alegando que ela e Simone eram apenas “duas assalariadas”.

O advogado de Geiza também deve destacar que ela desconhecia detalhes do acordo político para a distribuição das verbas entre os políticos e como o dinheiro era aplicado. Geiza responde por formação de quadrilha, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A sessão recomeçou sem a presença da ministra Cármen Lúcia. Ela saiu para presidir a sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que começa às 20h. A ministra disse que vai pedir as gravações em vídeo das alegações dos advogados para assistir amanhã (8) de manhã, e que as considerações seriam ponderadas em seu voto.

A ausência de Cármen Lúcia não foi bem recebida pelos advogados do caso, que entraram com uma questão de ordem pedindo a suspensão da sessão desta terça-feira. “Fosse assim, eu gravaria minhas alegações de casa e os ministros ouviriam quando quisessem, tranquilamente, mas não é assim que funciona”, justificou Alberto Toron, que representa o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP). Além do advogado de Geiza Dias, também falará o defensor de Kátia Rabello, ex-presidenta do Banco Rural.

Os ministros do STF negaram o pedido de suspensão da sessão.


Edição: Lana Cristina