Fernando César Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Curitiba – Os policiais federais dos três estados da Região Sul do país aprovaram a deflagração de greve da categoria por tempo indeterminado a partir da manhã da próxima terça-feira (7).
No Paraná e em Santa Catarina, os policiais tomaram a decisão em assembleias realizadas hoje (3). No Rio Grande do Sul, a paralisação foi aprovada ontem (2). "Todas as nossas investigações serão paralisadas a partir das 6h de terça-feira", disse à Agência Brasil o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Estado do Paraná (Sinpef-PR), Fernando Augusto Vicentine.
"Também vamos fazer operação-padrão nos aeroportos, nas duas pontes de Foz do Iguaçu [que ligam o Brasil ao Paraguai e à Argentina] e, provavelmente, no Porto de Paranaguá."
Na quarta-feira (8), os servidores promovem em Curitiba um abraço simbólico ao edifício-sede da Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) no Paraná.
Em todo o país, 27 sindicatos filiados à Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) realizam, desde ontem, assembleias para decidir se aderem à paralisação. Entre os serviços da PF que serão afetados pela greve estão a emissão de passaportes, a fiscalização de empresas de vigilância, a liberação de portes de armas e o atendimento a estrangeiros.
"Vamos manter apenas os serviços essenciais e de emergência", disse o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Estado de Santa Catarina (Sinpofesc), Luiz Carlos Aita, em entrevista à Agência Brasil. "Já na terça-feira vamos fazer uma entrega simbólica das nossas armas e carteiras funcionais."
Ao longo da semana, os policiais federais de Santa Catarina também pretendem fazer atividades como doação coletiva de sangue e arrecadação de roupas e alimentos para doação a entidades assistenciais.
A categoria reivindica reestruturação salarial e da carreira dos agentes, escrivães e papiloscopistas. O salário inicial desses três cargos é R$ 7,5 mil, o equivalente a 56,2% da remuneração dos delegados, cujo vencimento de início de carreira é R$ 13,4 mil. O movimento também defende a saída do atual diretor-geral da corporação, Leandro Daiello Coimbra. A última greve nacional da PF ocorreu em 2004 e durou cerca de dois meses.
Edição: Carolina Pimentel