Padilha destaca importância da abertura de vagas em cursos de medicina em regiões com maior demanda do SUS

03/08/2012 - 17h56

Camila Maciel
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A importância de abertura de vagas nos cursos de medicina em regiões com maior demanda do Sistema Único de Saúde ( SUS) foi destacada hoje (3) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante inauguração da Faculdade Santa Marcelina (Fasm), na zona leste da capital paulista. Desta forma, segundo o ministro, será possível aumentar o número de médicos e promover uma melhor distribuição desses profissionais no país.

“Fechamos uma parceria com o Ministério da Educação desde o ano passado. A abertura de vagas em cursos de medicina agora leva em conta a demanda do SUS. Nossa prioridade é abrir vagas nas instituições federais ou nas particulares, desde que com qualidade. Sobretudo em regiões que não têm vagas de medicina. A zona leste de São Paulo é um exemplo disso”, explicou o ministro. Segundo ele, a maioria das novas vagas em medicina foi para as regiões Norte e Nordeste.

Padilha informou que atualmente o país 1,83 médico para cada mil habitantes. Dentre os países com sistemas universais de saúde, o Brasil é o de menor percentual de médicos. A taxa é menos da metade da de países como Cuba (6), Espanha (3,96) e Portugal (3,87).

Quando a comparação é feita entre os estados, a situação é ainda mais crítica. Enquanto Brasília tem 4 médicos para cada mil habitantes, no Maranhão a proporção é 0,6 por mil. Em São Paulo, a taxa é 1,9 médico por mil habitantes.

O ministro destacou o financiamento dos estudos de alunos de medicina como mais um instrumento no combate à desigualdade na distribuição de médicos no país. “Criamos uma regra, junto com o Ministério da Educação, na qual, se o estudante que tiver Fies [Fundo de Financiamento Estudantil] e for atuar onde o SUS precisa dele, além do salário, ele vai ter descontado a sua dívida”, explicou.

A primeira turma de medicina da Fasm é formada por 55 alunos, dos quais cinco têm bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni). O curso será integrado ao hospital de mesmo nome, que já mantém 42 programas de residência médica. O Hospital Santa Marcelina é o único de alta complexidade da zona leste de São Paulo, com 87% dos atendimentos do SUS.

De acordo com Pedro Félix Vital, gestor do curso de medicina da Fasm, a formação de profissionais permitirá a ampliação da assistência médica na região. Além disso, acredita que, futuramente, poderão ingressar no curso estudantes que sejam moradores da zona leste, o que facilitaria o aumento do número de médicos na região.

 

Edição: Aécio Amado