Luciene Cruz
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo federal assinou hoje (3) acordo com a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) para determinar o fim das negociações com os professores das universidades e institutos federais filiados à federação. A Proifes é a única das quatro entidades que representam os docentes de ensino superior que aceitaram os termos da proposta apresentada pelo governo.
Mesmo com a assinatura do documento, que prevê reajustes de 25% a 40% até 2015 e diminuição do número de níveis de carreira de 17 para 13, o acordo não prevê retorno imediato dos docentes federais às salas de aula. A categoria está em greve desde 17 de maio. O Proifes representa sete universidades federais e um instituto técnico, no entanto cada entidade tem autonomia para decidir pela continuidade da greve, independente de acordo firmado.
O presidente da Proifes, Eduardo Rolim, reconheceu que existe um “racha” na base sindical. “Isso não é uma nenhuma novidade. É um processo dinâmico, as entidades têm suas maneiras de tomar suas decisões”, explicou.
O secretário de Ensino Superior do Ministério da Educação, Amaro Lins, disse acreditar que, a partir da próxima semana, as universidades federais começarão a retomar as atividades. “Teremos retorno das nossas atividades, estamos convencidos de que a greve vai acabar”, disse.
No entanto, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) , o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) se recusaram a ratificar o acordo e pretendem continuar com a greve.
A ameaça de continuidade da greve pelas três entidades que representam a categoria não flexibiliza a proposta do governo. “O nosso plano é o que foi negociado e que está em implementação. Não há motivo de pensar ou tratar de algo que não está neste momento na mesa”, disse Lins.
Dados do Andes-SN e do Sinasefe apontam que a paralisação atinge 57 das 59 universidades federais, além de 34 dos 38 institutos federais de educação tecnológica.
Edição: Fábio Massalli